MENU

ABC: passeata reúne mais de 7 mil trabalhadores contra demissões na Mercedes

Metalúrgicos caminharam em protesto contra as demissões que a montadora começou a fazer por telegramas.

Publicado: 18 Agosto, 2016 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
- -
Trabalhadores protestaram contra demissões na montadora

Mais de sete mil trabalhadores caminharam na manhã desta quarta-feira da Sede do Sindicato dos Metalúrgicos até a Praça da Matriz, no Centro de São Bernardo do Campo (SP), em protesto contra as demissões que a Mercedes começou a fazer por telegra­mas na segunda-feira (15). 

O ato teve início com assembleia na rua lateral do Sindicato, quando os metalúrgicos aprovaram a disposição de luta em defesa dos empregos. No fim da passeata, a empresa entrou em contato com a representação e marcou uma reunião para a tarde de ontem. Os en­caminhamentos da luta serão definidos a cada dia para construir a resistência.

Nesta quinta-feira (18), os trabalhadores se concen­traram às 7h em frente a montadora.

“Ao atender a convocação do Sindica­to, estamos demonstrando o espírito de luta e garra. É na solidariedade que vamos construir a resistência à altura dos ataques contra nós”, defendeu o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. “O trabalho vai ser árduo para construir alternativas e só na luta isso será possível”, prosseguiu.

Rafael alertou que a grave crise no Brasil compromete os direitos da classe trabalhadora. “Os ataques chegam a todos os companheiros do País a partir de uma aliança retrógrada e reacionária do governo, de setores do empresariado e do setor financeiro que buscam empo­brecer as condições dos trabalhadores”, destacou.

A montadora comunicou a parada total da fábrica após ter divulgado no dia 2 a intenção de demitir mais de dois mil trabalhadores considerados excedentes.

“A empresa tenta nos desmobilizar ao anunciar licença remunerada para toda a planta. A primeira coisa é desconsi­derar cada telegrama que a Mercedes mandou”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.

“Este ato é a primeira resposta para mostrar a nossa mobilização, organiza­ção e união para a direção da fábrica e encontrar uma alternativa negociada. Estamos todos no mesmo barco”, afir­mou. “A proposta é a luta. Não vamos aceitar intransigência nem desrespeito”, continuou.

O secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, ressaltou a atitude desrespeitosa da empresa ao enviar telegramas para a casa dos trabalhadores, para comunicar a demissão. “Têm companheiros com mais de 20 anos de fábrica recebendo a notícia dessa maneira vergonhosa. São pais e mães de família sendo tratados sem nenhum respeito”, disse.

O dirigente afirmou que a passeata pela rua Marechal Deodoro, palco das lutas dos trabalhadores, foi para ampliar a conscientização sobre a situação na Mercedes.

“A nossa luta é por empregos e contra essa atrocidade que a empresa quer fazer ao demitir mais de dois mil companhei­ros. Sem empregos, deixam de comprar, sem comprar provocam mais demissões e o País entra em recessão”, explicou.

Solidariedade
O diretor de Comunicação do Sindicato, Valter Sanches, destacou a importância da solidariedade. “Esta­mos recebendo mensagens de apoio dos trabalhadores na Alemanha para a nossa luta em defesa dos empregos. Nós não vamos aceitar demissões”, disse.

Também prestaram solidariedade, durante o ato de ontem, representan­tes da CGTB e da CSP-Conlutas.

(Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)

ABC