O sindicato é um instrumento de representação dos trabalhadores e deve atuar não apenas no embate capital x trabalho, onde o papel dos dirigentes é defender os direitos dos/as trabalhadores/as, mas também no movimento social, para fazer a disputa política e fazer política para transformar o Brasil em um país mais justo.
Esse foi, em resumo, o foco da análise de conjuntura que o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, fez na abertura do 7º Congresso dos Metalúrgicos da CUT do Espírito Santo, no último sábado (9). O encontro foi realizado em Nova Almeida.
Já o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, falou sobre os desafios e as ações conjuntas da categoria que devem ser adotadas nos próximos quatro anos em relação aos temas debatidos durante o congresso, entre eles, política industrial, mercado de trabalho e comunicação.
Para Vagner, o movimento sindical tem de organizar os trabalhadores para lutar por melhores condições de trabalho, mais salário, mais distribuição de renda, tem de enfrentar o patrão com greve. Tem de questionar o governo quando o governo erra como, por exemplo, ao não acabar com o fator previdenciário. “Não dá para aceitar os argumentos do governo de que acabar com o fator, fórmula de cálculo criada no governo FHC para dificultar o acesso à aposentadoria reduzindo o valor dos benefícios, coloca a Previdência Social em risco”, disse o dirigente. “Desonerar os empresários, que deixam de pagar impostos, mas não garantem empregos nem investem na indústria nacional, pode; mas fazer uma política que garanta o direito do trabalhador na hora de se aposentar, não pode”, completou.
A luta dos sindicalistas CUTistas, disse o presidente CUT, vai além da defesa dos direitos dos trabalhadores. Para ele, é preciso defender a sociedade como um todo e, para isso, é preciso disputar cargos eletivos nos governos municipais, estaduais, no federal, na Câmara, no Senado e nas Assembleias Legislativas.
Vagner lembrou que a estratégia de criação da CUT e do PT foi essa, organizar os trabalhadores, conscientizar a sociedade que só disputando e assumindo o poder era possível transformar a sociedade. Segundo ele, as transformações sociais que veem ocorrendo no Brasil, construídas junto com o movimento sindical e o movimento social, desde a eleição de Lula, primeiro operário presidente do Brasil; continuadas por Dilma Rousseff, primeira mulher a assumir o posto, comprovam que estamos trilhando o caminho certo.
“Nós fazemos movimento social e sindical com o objetivo claro de assumir o poder no Brasil para transformar a sociedade, as bases dessa estrutura antidemocrática, machista, preconceituosa, excludente, concentradora de renda. Queremos um estado solidário e não individualista, onde o valor do trabalho seja mais importante do que o da renda. Queremos justiça social e distribuição de renda. Queremos igualdade de direitos entre homens, mulheres, negros e brancos”.
O presidente da CNM/CUT complementou, lembrando o papel decisivo que a classe trabalhadora terá em 2014, ano eleitoral. “Dois projetos estarão em disputa e nós sabemos qual queremos. Avançamos muito nos últimos 10 anos e não podemos permitir nenhum retrocesso. Nós temos lado e devemos nos empenhar para garantir a continuidade desse projeto. Com este projeto, temos embates, mas também possibilidade de diálogo. Com o outro, os movimentos são criminalizados”, destacou Paulão. Ao final de sua fala, ele parabenizou a nova diretoria do Sindicato, que tomou posse no Congresso (veja no final deste texto).
Além de Vagner Freitas e Paulo Cayres, participaram do Congresso Anselmo Santos, professor do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade de Campinas (painel: “Política de Desenvolvimento Industrial Nacional”); Sandra Bortolin, economista do Dieese (painel: “Política de Desenvolvimento Industrial Estadual”); Leandro Soares, Secretário de Juventude da CNM/CUT (painel: “A Juventude no Mercado de Trabalho”); Valeria Ortega, assessora da Prefeitura de Santo André/SP (painel: “A Mulher e a Desigualdade Racial no Mercado de Trabalho”); e Suzana Tatagiba, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (painel: “Comunicação e Cultura”).
Nova direção do Sindicato
O metalúrgico Roberto Pereira foi reconduzido à presidência do sindicato para o próximo quadriênio. Durante sua fala, ele agradeceu a todos os trabalhadores pela confiança depositada na eleição realizada em junho. “Essa é a primeira vez que um presidente é reeleito para estar à frente do Sindimetal-ES e isso mostra a confiança que os metalúrgicos têm no nosso trabalho. Conduzimos esse mandato com muita seriedade e transparência e isso resultou em importantes avanços para categoria”.
Roberto aproveitou para reafirmar seu compromisso em continuar a luta em defesa dos metalúrgicos. “Vamos continuar esse trabalho com a mesma coragem e determinação de sempre. Agora os desafios são ainda maiores, mas estaremos firmes nessa luta”.
A diretoria empossada renova o seu quadro de diretores com 10 metalúrgicos na sua composição, sendo cinco mulheres, algo inédito em mais de 50 anos de Sindimetal-ES.
Veja quem são os diretores do Sindimetal-ES para o próximo quadriênio:
Diretoria Executiva
Roberto Pereira de Souza (NM Service)
Presidente
Sandro Dalla Bernardina (Samarco)
Secretário Geral
Marcos Nascimento Ferreira (ArcelorMittal Cariacica)
Secretário de Finanças e Administração
Max Célio de Carvalho (Samarco)
Secretário de Formação Sindical e Assuntos Sócios-Econômicos e Culturais
Robson Henrique (SME Oficina)
Secretário de Comunicação, Imprensa e Divulgação
Edson de Oliveira Santos – Canário (ArcelorMittal Tubarão)
Secretário de Assuntos Jurídicos
Walter Bernardo Ribeiro (Siemens)
Secretário de Saúde Ocupacional, Segurança e Previdência
Suplentes da Diretoria Executiva
Edivan da Silva Souza (Brametal)
Kelly Christina Ribeiro Novais (Niled)
Fabiana Neto dos Anjos (Gerdau)
Patrícia Pereira Guimarães (Vitória Retífica)
Vilson Eziquiel Docílio dos Santos (BNG)
Weskren da Silva Germino (União Engenharia)
Marcelo Carneiro de Almeida (Sun Coke)
Diretoria Regional
Wesley Segantini (Komatsu)
Amaury Fernando A. de Mattos (Magnesita)
Salezio Tonon (Tecvix)
Israel Teixeira da Silva – Ferrinho (Magnesita)
Simone dos Santos Oliveira (Andaluz)
Suplentes da Diretoria Regional
Marcos Antônio Farias Trindade (Inbrac)
Gelson Castilho Brandão (ArcelorMittal Tubarão)
José Roberto da Silva (Prysmian)
Fábio Ribeiro (Samarco)
Sérgio Luiz Guerra (Samarco)
Conselho Fiscal
Maurides Paulo (Brametal)
Edson José de Sousa (Metalosa)
Manoel Souza da Silva (DK)
Suplentes do Conselho Fiscal
David Ribeiro Araújo (Ziebart)
Sebastião Simplício (Hasco)
Valdivino Vieira dos Santos (Usiminas)
Delegados junto à Federação
Paulo Edgar Vieira (CBF)
Ataíde Reis (Santa Bárbara)
Suplentes de Delegados junto à Federação
Vanícia Vasconcellos Pereira (Digilectron)
José de Arimatéia dos Santos (KNM)
(Fonte: Marize Muniz - CUT Nacional e assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo)
