Para o secretário-geral CNM/CUT, Loricardo Oliveira, é importante debater uma política industrial no país de forma integrada na qual os trabalhadores sejam protagonistas desse desenvolvimento humanizado
O desafio de pensar a reindustrialização brasileira, principalmente em lugares como Manaus, que têm particularidades importantes e uma função fundamental de conviver com o meio ambiente e manter a floresta de pé, tem a ver com o futuro da humanidade.
A afirmação foi feita pelo presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Silva, em mais uma etapa de debate nacional e regional, do seminário “Futuro da Indústria: Desafios da Política Industrial” no Amazonas, que aconteceu nesta quinta-feira (17), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM).
Este é o décimo debate que integra um projeto que percorre os estados brasileiros para diagnosticar os problemas da indústria brasileira através dos recortes regionais, realizado em parceria com a SASK (Centro de Solidariedade Sindical da Finlândia) e IndustriALL Global Union, com o apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), responsável por apresentar os panoramas da indústria brasileira com os recortes regionais de cada estado. Trabalhadoras e trabalhadores de Santa Catarina, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Curitiba e Minas Gerais já fizeram este debate.
Divulgação“A gente vem fazendo seminários em todos os estados brasileiros, buscando compreender melhor a realidade, porque a gente não pode pensar uma política industrial no Brasil a partir só dos grandes centros industriais e urbanos. Precisamos compreender as mais diversas realidades do Brasil, de Norte a Sul e aqui na região Norte, no Amazonas, mais precisamente em Manaus, temos algumas particularidades importantes e precisamos ter essa compreensão, assim como todos os outros lugares que já percorremos”, explica Aroaldo.
DivulgaçãoO dirigente também apresentou para os participantes do seminário o Plano Indústria 10+, um conjunto de diretrizes proposto pelo movimento sindical para orientar o governo nacional sobre a elaboração de políticas, programas e ações para o desenvolvimento produtivo e tecnológico brasileiro. O documento, assinado pela IndustriALL-Brasil e as centrais sindicais, tem como diretrizes a criação e articulação da demanda social; fortalecimento produtivo, inovação e modernização tecnológica; política tributária, macroeconômica, de financiamento e de comércio exterior; gestão e controle social.
Desenvolvimento industrial humanizado
Para o secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo Oliveira, é importante debater uma política industrial no país de forma integrada na qual os trabalhadores sejam protagonistas desse desenvolvimento.
Divulgação“Nós estamos falando aqui de desenvolvimento industrial, mas estamos falando também de direitos, renda e participação nesse desenvolvimento. Está se discutindo tecnologia, pesquisa e que indústria nós queremos no futuro dessa região de Amazonas, uma região rica na questão ambiental, além de um município, que é o caso de Manaus, que depende dessa indústria, dessa sobrevivência. Manaus tem que pensar qual indústria realmente quer para o futuro, para integrar ainda mais essa região sem desmatar, com preservação ambiental, e com a renda das pessoas sendo valorizada”, afirmou o dirigente.
DivulgaçãoNa mesma linha de Loricardo, a secretária de Saúde da CNM/CUT, Maria de Jesus, disse que é fundamental pensar sobre o bem estar do trabalhador e da trabalhadora na questão das mudanças tecnológicas, indústria 4.0, e toda essa tecnologia que cresce e muda.
“Uma das nossas perspectivas é com relação aos desafios da saúde, bem como do meio ambiente. A destruição do meio ambiente afeta muito os trabalhadores. O que nós queremos e precisamos melhorar para manter o emprego, trabalhador com saúde e economia crescendo, é a nossa Amazônia em pé, porque o desmatamento é grande, mas eu tenho certeza que com esse seminário e as propostas traremos grandes encaminhamentos para prosseguir os nossos trabalhos pensando na indústria, no meio ambiente e no ser humano”, destaca.
Sobre o seminário no Amazonas
Para Cátia Maria Braga Cheve, vice-presidente da CNM/CUT, o seminário da IndustriALL-Brasil engrandece a base do sindicato no Amazonas, no sentido de participação junto aos demais sindicatos, que contribuem para a realização do evento no dia de hoje.
Divulgação“Hoje reforçamos nosso compromisso com todas as categorias que o SindMetal-AM abrange. Esperamos finalizar a atividade com o objetivo de alcançar e fazer chegar, até o governo federal, a nossa demanda, que será contribuída no dia de hoje”, ressalta.
Já o presidente do Sindmetal-AM, Valdemir Santana, disse estar confiante com o debate sobre política industrial com o novo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que já governou e pensa no futuro do país com geração de emprego, renda, saúde dos trabalhadores e trabalhadoras e o meio ambiente, entre outras coisas.
“O que queremos é a garantia dos nossos benefícios, incentivos, a garantia da Amazônia, da água, essa preservação para o Brasil, Amazônia e Mundo, e que nós façamos isso de forma unificada”, finaliza Valdemir.
