Escrito por: CNM CUT
Os trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo do Campo (SP), aprovaram a paralisação do trabalho por todo o dia de ontem em defesa dos empregos e a disposição de luta contra as demissões. A decisão foi tomada em assembleia na porta da fábrica em reação ao comunicado que a montadora divulgou na terça-feira (2) com a intenção de demitir mais de dois mil metalúrgicos.
“A Mercedes insinua que vai fazer as demissões de quem considera excedente e justifica que já usou todos os instrumentos possíveis. Nós procuramos a empresa logo após tomarmos conhecimento do comunicado e defendemos que existem alternativas para preservar os empregos”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
“A renovação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), e o layoff são mecanismos para evitar demissões e atravessar esse período. É fundamental discutir todas as alternativas em nome do emprego”, defendeu.
Aroaldo lembrou que na mesma semana em que os trabalhadores na Volks conquistaram o acordo que garante empregos até 2021, a Mercedes anuncia demissões em massa.
“Sabemos que há queda na produção, mas a empresa insiste em não negociar nada e é contra qualquer tipo de alternativa. Não podemos aceitar essa decisão”, contou.
Os encaminhamentos da luta serão definidos a cada dia pelos trabalhadores até que a montadora aceite iniciar uma negociação com o Sindicato na busca de alternativas que preservem o emprego.
“Nós não podemos ficar calados e esperar até o dia 31 de agosto para ver se vai consolidar as demissões. Temos que reagir, dar resposta à empresa e mostrar para quem quiser ver que todos os trabalhadores estão unidos”, disse.
A estabilidade está garantida até 31 de agosto por meio do PPE. Atualmente cerca de 1.400 trabalhadores estão em licença remunerada por tempo indeterminado.
“Estamos todos juntos, horistas, mensalistas e indiretos, já que não sabemos quem pode ser demitido. Vamos insistir na busca por soluções e nos manter mobilizados”, alertou.
“Por isso, é importante essa demonstração dos trabalhadores de muita união para fazer a luta da melhor forma, com inteligência, organização e mobilização. É preciso superar qualquer desafio e construir soluções em conjunto”, concluiu
(Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)