Escrito por: CNM CUT
A Apolo Tubos e Equipamentos, controlada pelo grupo Peixoto de Castro, tem planos de passar a fornecer tubos de aço para poços de petróleo à Petrobras disputando este mercado, no Brasil, com empresas como Confab e Vallourec & Mannesmann Tubes. Para entrar neste segmento, a partir de 2007, a Apolo deverá investir cerca de US$ 15 milhões para agregar valor aos tubos de aço com costura produzidos nas duas unidades da empresa: uma no Rio e outra em Lorena (SP).
O projeto consiste no beneficiamento dos tubos, que serão rosqueados e receberão tratamento térmico, tornando-os mais resistentes e elásticos, características exigidas para os tubos usados nos poços de petróleo. A tecnologia para executar o projeto será fornecida pela americana Lone Star Technologies, empresa da Lone Star Steel Company, com a qual a Apolo fechou um acordo comercial, no mês passado.
Ismar Wajchenberg, superintendente de comércio exterior da Apolo, disse que o acordo consiste na exportação de linhas de tubos produzidos pela empresa no Brasil para beneficiamento pela Lone Star nos Estados Unidos. A companhia americana, que produz 1 milhão de toneladas de tubos por ano, se encarregará da distribuição dos tubos da Apolo nos EUA, Canadá e México.
Wajchenberg afirmou que a operação permite à Lone Star complementar sua linha de produtos, formada por tubos com diâmetro entre 10 e 16 polegadas. Já a Apolo produz tubos com diâmetro entre duas e nove polegadas. A Apolo fornecerá o tubo básico e a Lone Star fará o beneficiamento (tratamento térmico e rosqueamento do tubo).
Para a Apolo, que neste ano deverá produzir cerca de 150 mil toneladas de tubos em várias linhas de produtos, o acordo com os americanos permitirá à empresa aumentar as exportações. Em 2005, a Apolo exportou cerca de 65 mil toneladas de tubos, das quais 40 mil toneladas para os Estados Unidos e outras 25 mil toneladas para outros mercados, como América Latina.
Até agora, os tubos da Apolo são exportados para serem usados como linhas de transporte de óleo e gás. Com o rosqueamento e o tratamento térmico, os tubos podem ser usados em poços de petróleo e seu valor de mercado aumenta entre 30% e 40% em relação aos tubos básicos, sem o beneficiamento.
Wajchenberg disse que com o acordo com a americana Lone Star as exportações da Apolo devem aumentar para 100 mil toneladas por ano, das quais 80 mil toneladas serão destinadas aos EUA. A previsão dele é que a exportação, que em 2005 representou 50% do faturamento da Apolo, aumente sua participação para 60% da receita bruta da empresa, neste ano.
O executivo da Apolo avaliou que o aumento das exportações dentro do acordo com a Lone Star é o primeiro passo dentro de uma estratégia do grupo que busca, em uma segunda fase, ter produtos para fornecer à Petrobras e a outras grandes empresas na América Latina. 'Esperamos que a Apolo seja fornecedora de tubos para poços de petróleo para a Petrobras', afirmou Wajchenberg.
Ele disse que os investimentos para fazer o beneficiamento dos tubos nas unidades da Apolo no Brasil devem começar no segundo semestre deste ano. A operação do tratamento térmico e do rosqueamento dos tubos está prevista para começar no início do próximo ano.
Fonte: Valor