Manifestantes ligados a movimentos camponeses realizam protestos em ao menos quatro estados e no Distrito Federal nesta segunda-feira (5). Veja abaixo a situação em cada local.
Distrito Federal
Em Brasília, eles ocuparam a entrada do Ministério do Planejamento e montaram um acampamento na porta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em um protesto contra a proposta de reforma da Previdência.
Os manifestantes querem que o governo mantenha a aposentadoria de trabalhadores do campo sem a obrigatoriadade contribuição de 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens). Eles também reivindicam o assentamento imediato de famílias acampadas pelo país e a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que foi extinto pelo presidente Michel Temer quando assumiu o governo interinamente.
No Incra, o grupo montou barracas de lona no acesso ao prédio. Não há previsão para que eles deixem o local. A PM estimativa 300 pessoas no Incra e 500 no ministério. Segundo a organização do protesto, 2 mil pessoas participavam dos atos.
Participam do protesto militantes de oito grupos, como Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf).
Em nota, os organizadores afirmam que a reforma da Previdência "traz a perda de muitos direitos para trabalhadoras e trabalhadores, como a equiparação da idade de aposentadoria entre homens, mulheres e trabalhadores do campo e da cidade".
A intenção do grupo é de montar um acampamento em frente ao ministério para ficar até esta quarta-feira (7). O prazo vai depender das negociações com o governo, diz a assessoria de imprensa dos movimentos.
Alagoas
Trabalhadores rurais saíram em caminhada nesta segunda-feira, em Maceió. Eles se concentraram na Praça Sinimbu, no centro da capital, e seguiram até a sede do Tribunal de Contas da União (TCU), no bairro do Farol, onde realizaram uma ocupação por mais de uma hora. Segundo o movimento, cerca de 5 mil pessoas participam da manifestação. A Polícia Militar (PM) não informa o número de integrantes em protestos. Eles pedem a liberação de medidas da reforma agrária, que segundo eles foram bloqueadas irregularmente pelo TCU, e são contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Paraíba
Em João Pessoa, os manifestantes lligados a movimentos do campo ocuparam a entrada da sede do Incra nesta segunda-feira e devem permanecer até terça (6). Segundo eles, a ocupação é um protesto contra o governo do presidente Michel Temer. Em nota, eles afirmam que o objetivo é barrar “os retrocessos históricos do novo governo, principalmente na questão do campo”.
Rio Grande do Sul
O pátio do Incra e do Ministério da Fazenda em Porto Alegre foram ocupados na manhã desta segunda-feira (5) por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). De acordo com a organização, 2 mil pessoas participam da ocupação. Eles pedem a reforma agrária e se posicionam “contra o golpe e a retirada de direitos”.
Interior de SP
Em Mirandópolis, cerca de 100 pessoas ligadas ao MST fecharam os dois lados da pista na rodovia Marechal Rondon por volta das 10 horas. Eles colocaram pneus no meio da pista, atearam fogo e impediam a passagem dos veículos. A Polícia Rodoviária Estadual foi acionada e após negociação com os manifestantes as duas pistas foram liberadas por volta das 11h20.
Em Castilho, mais de 60 integrantes do MST também estão no trevo da rodovia Marechal Rondon. A cada dez minutos eles liberam a pista para os motoristas passarem para não prejudicar o trânsito.
Em Promissão, integrantes do MST interditaram as duas pistas da BR-153. Segundo os organizadores, o ato faz parte da luta nacional pela Reforma Agrária. A interdição começou por volta das 10 horas e um congestionamento já se formou próximo ao km 150 da via.
Em Itapira, um grupo ligado à Frente Nacional de Luta (FNL) ocupa desde sexta-feira (2) uma área do governo do estado, que pertence à Estação Experimental de Itirapina, onde são feitas pesquisas de reflorestamento. De acordo com os organizadores, cerca de 650 pessoas de várias cidades participam da ocupação e, segundo a Polícia Militar da cidade, não houve qualquer registro de incidente.
(Fonte: G1)