Escrito por: Redação CNM/CUT
Debate sobre redução da jornada, sem redução de salários e fim da escala 6x1 ganha corpo em Brasília e se junta a mobilização dos trabalhadores nas ruas e nas fábricas
A CNM/CUT se fez presente nesta quarta-feira (29) junto a trabalhadores e trabalhadoras de diferentes segmentos e centrais sindicais, na Audiência Pública que debateu na Câmara dos Deputados, em Brasília, a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, e o fim da escala 6x1.
A iniciativa foi proposta pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) que é autor de uma das propostas de lei que trata do assunto, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 221/19, que quer reduzir de 44 para 36 horas a jornada semanal do trabalhador brasileiro, de forma gradual em um período de dez anos.
Em suas redes sociais, o deputado mineiro destacou que esse é o momento para colocar a pauta em prática, pois o tema tem amplo apoio da população, como ficou demonstrado na repercussão da mobilização pelo fim da escala de trabalho 6x1.
“A urgência é clara: milhões de brasileiros vivem sob jornadas exaustivas, enfrentando adoecimento físico e mental, sem tempo para a vida. Em um país que avança na automação, na inteligência artificial e na reforma do sistema tributário, já não faz sentido manter uma lógica produtiva que sobrecarrega quem mais contribui. Reduzir a jornada é possível, é necessário e é justo. É hora de redistribuir os ganhos da produtividade, da tecnologia e da modernização com quem sustenta a economia todos os dias”, afirmou Reginaldo em sua conta no Instagram.
O parlamentar também reforçou que existe um entendimento entre todas as propostas que pedem a redução da jornada de trabalho no Congresso Nacional.
“Estamos ao lado da PEC 221/19, que propõe a redução gradual da jornada para 36 horas semanais, e da PEC 8/25, que coloca fim à escala 6x1. Duas propostas, um só propósito: construir um Brasil mais equilibrado, competitivo e humano. O trabalho precisa caber na vida, e essa transformação começa agora”, disse Reginaldo.
Mobilizar é preciso
O presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, esteve presente na mesa da Audiência Pública junto a Reginaldo Lopes e avaliou que o evento é mais um elemento para mobilizar a classe trabalhadora para o tema. A redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, e o fim da escala 6x1, fizeram parte da pauta da Marcha da Classe Trabalhadora, realizada horas antes da Audiência, também na capital federal, junto a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
“A audiência traz esse momento mobilizador a mais além do que nós estamos fazendo no Brasil. A campanha que nós estamos tocando, as camisetas, com o abaixo-assinado, com as audiências públicas, as assembleias nas portas de fábrica, as conversas nas comunidades, e a campanha agora de mais de mídia, trazendo que a vida não é só trabalho, e o fim da escala 6x1 passa pela redução da jornada de trabalho. Esse debate foi muito claro nessa audiência pública com o deputado Reginaldo Lopes, que tem sido um protagonista importante para nós junto com os outros deputados que estão nessa pauta”, afirmou Loricardo.
O sindicalista conclamou a base metalúrgica para manter a mobilização da pauta nas fábricas e nas ruas, principalmente para a coleta de assinaturas do abaixo-assinado que será levado ao Congresso Nacional a fim de pressionar deputados e senadores para terem celeridade ao tratar da redução da jornada.
A gente conclama os nossos sindicatos, conclama a nossa base, os dirigentes, para continuar no abaixo assinado e temos o compromisso que em junho nós vamos fazer a entrega do abaixo assinado em Brasília. Vamos também ampliar as audiências públicas nos estados e municípios, assim como levar em frente a campanha A Vida Não é Só Trabalho, usando as camisetas de divulgação”, finalizou o presidente da CNM/CUT.