Escrito por: CNM CUT

Auditores entram com representação contra Temer no STF

Auditores fiscais tributários articulados na Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Conacate) ingressaram com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra o presidente Michel Temer (PMDB). A intenção é barrar o aumento na cobrança da contribuição previdenciária dos servidores federais de 11% para 14%, prevista na Medida Provisória (MP) 805.

O aumento na alíquota está previsto para entrar em vigor a partir de fevereiro de 2018. O orçamento anual prevê arrecadação adicional de R$ 2,2 bilhões. A medida deve incidir para funcionários públicos que recebem acima do teto do INSS, o que atualmente configura o vencimento de R$ 5.531,11. “Não é possível tolerar qualquer medida que penalize trabalhadores e se traduza em aumento de alíquotas que impacte quase a metade dos recursos dos servidores”, afirma o diretor de assuntos tributários da Conacate, Rafael Aguirrezábal.

De acordo com o sindicato, “a MP é inconstitucional por passar a estabelecer alíquota progressiva para as contribuições previdenciárias; pela violação ao princípio da isonomia na tributação dos rendimentos; violação ao princípio do não confisco, uma vez que, mais de 40% da renda do servidor poderá ficar comprometida com a tributação; violação ao princípio da capacidade contributiva, comprometendo o mínimo existencial e a isonomia com trabalhadores da iniciativa privada”.

A ADI foi ajuizada na última quarta-feira (6) pela Conacate, a partir de iniciativa de auditores do Sindicato e Associação dos Auditores Fiscais Tributários do Município de São Paulo (Sindaf-SP), que propuseram a discussão. Rafael, que também é vice-presidente do Sindaf, ressalta que o governo não apresenta justificativa para o aumento. “Não existem elementos objetivos que sustentem o déficit apresentado pelo governo”, diz.

“O atual cenário não comporta nenhum tipo de aumento de contribuição no setor privado ou público, uma vez que a Previdência é superavitária, e sua alardeada crise é fruto de uma combinação de má administração de recursos e endividamento público, entre outros aspectos econômicos”, completa.

Entre outros itens, a ação pede a suspensão dos efeitos do aumento da alíquota e citação dos presidente da República e do Congresso, na condição de autoridades responsáveis pela norma, para apresentar informações.

(Fonte: Rede Brasil Atual)