Depois de anunciar a construção de uma nova fábrica no México, para atuar em forjaria, a Autometal, do grupo espanhol CIE Automotive, estuda a aquisição de empresas no Brasil. No momento, a fabricante de autopeças avalia duas opções no segmento de injeção de alumínio, em que ainda não está presente, e outras nove companhias que poderiam reforçar suas operações em forjados, plásticos, fundidos e outras tecnologias.
As ofensivas acontecem poucos meses após outros dois movimentos da companhia no exterior: a compra da americana Century, de tecnologia para plástico, por US$ 46 milhões, e de 50% do capital da chinesa Nainjing, por R$ 22,1 milhões. Na China, a companhia vai fabricar virabrequim (eixo de manivelas), de valor agregado superior aos demais produtos da empresa. Apesar de o mercado chinês ter como desafio a forte competitividade, a Autometal acredita que poderá obter uma margem alta e conseguir sinergias com outras operações.
A companhia tem seis unidades em solo brasileiro e onze no México, sem considerar a futura fábrica. Apesar de ter sido fundada no Brasil, em Diadema, a empresa foi adquirida pelo grupo espanhol há onze anos, quando faturava R$ 120 milhões. No fim do ano passado, teve receita de R$ 1,56 bilhão. O aumento do porte da empresa acompanhou o crescimento do mercado de automóveis brasileiro, atualmente o quarto maior do mundo.
O mercado local, segundo Pedro Echegaray, diretor de operações da Autometal, voltou a ficar mais promissor após medidas do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Importados (IPI), além da redução do custo de energia e a queda dos juros. Como consequência, já houve um aumento da demanda no quarto trimestre, segundo o executivo, também influenciada pela exigência de um índice de nacionalização mínimo de 65% na fabricação de automóveis.
Além do Brasil, estão no radar da companhia empresas na Ásia, no México e na Índia, para onde ainda não levou sua marca. A razão, segundo Fernando Mearim, diretor financeiro da Autometal, são as perspectivas de crescimento de dois dígitos anuais no setor produtivo indiano nos próximos dez anos.
Já a nova unidade mexicana, anunciada ontem, começará a ser construída no ano que vem em um terreno que já era da companhia, na região de Celaya. O novo projeto terá um desembolso inicial de US$ 30 milhões, para atender somente a demanda local e, segundo os executivos, nasce com pedidos que já superam a casa de US$ 40 milhões.
No terceiro trimestre de 2012, a receita da unidade mexicana cresceu 51,4%, contra uma queda de 8,7% no faturamento da operação brasileira. No consolidado, a receita líquida da Autometal subiu 10,5% na comparação com um ano antes, para R$ 417,8 milhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 1,2%, totalizando R$ 72,6 milhões. Conforme o balanço divulgado ontem, o lucro líquido da empresa caiu 3,2% na mesma base de comparação, para R$ 44,1 milhões.
Fonte: Valor