Escrito por: CNM CUT

Bosch apresenta novo presidente para América Latina

O alemão Andreas Nobis desembarcou no Brasil no início do mês de maio com a tarefa de assumir em 1º de julho o comando da Robert Bosch América Latina, subsidiária do mais que centenário grupo alemão Bosch. O executivo chega para substituir o brasileiro Edgar Silva Garbade, que acumula seis anos no cargo e 32 na companhia, e que agora vai ocupar uma cadeira no conselho de administração.

Um dos principais desafios de Nobis será o de manter abastecida de peças a pujante indústria automobilística brasileira, cujos recordes de produção já viraram rotina. Mesmo operando no limite da capacidade, Nobis garante que a Bosch segue atendendo à risca a demanda das montadoras, mas terá de investir para que continue assim.

Para este ano, estão previstos aportes de cerca de R$ 100 milhões no desgargalamento das unidades de Curitiba e Campinas, com vistas ao aumento da capacidade produtiva.

O aperto, segundo ele, só não é maior devido aos investimentos de R$ 1 bilhão realizados entre 2003 e 2006 em aumento de capacidade. Até 2005, com o cenário favorável para as exportações de autopeças, a companhia abriu os cofres e elevou a produção, de olho nos mercados dos Estados Unidos, México, Europa e, até mesmo, da China.

Quando o dólar iniciou o processo de queda, a empresa se voltou para o mercado interno, que começava a mostrar crescimento consistente. De lá para cá, redirecionou as exportações ao atendimento da demanda doméstica e conseguiu manter equilibradas as finanças. A manutenção da competitividade diante do cenário cambial, que favorece as importações de autopeças chinesas, é justamente um dos maiores desafios de Nobis à frente das operações da Robert Bosch na América Latina.

A empresa faturou R$ 4 bilhões no Brasil em 2007, um crescimento de 5% em relação ao exercício anterior. O segmento automotivo representou cerca de 70% do montante total, com R$ 2,8 bilhões, uma alta de 11% sobre 2007. As vendas de bens de consumo e de construção somaram algo próximo a R$ 1,2 bilhão, com salto de 21% no mesmo período de comparação.

Para este ano, o grupo espera um crescimento de 10% para o faturamento da área de autopeças no Brasil. Para os setores de bens de consumo e bens de capital, as projeções apontam para uma expansão de 20%. Além da maior capacidade e volume de vendas, a empresa aposta no lançamento de novos produtos para ganhar mercado.

Está previsto para o segundo semestre do próximo ano a oferta comercial do novo sistema para motores bicombustível, que irá possibilitar a partida a frio dos automóveis. Com essa tecnologia, os veículos flex não precisarão mais do "tanquinho de gasolina", que serve para injetar esse combustível no motor, possibilitando a ignição do carro abastecido com álcool em dias frios.

Sem dar maiores detalhes, a empresa informou apenas que "algumas montadoras" já realizam testes com o sistema.

Além da Robert Bosch, o grupo alemão detém outras quatro empresas no Brasil. Duas delas, a Bosch Rexroth e a Bosch Tecnologia em Embalagem, atuam no segmento de tecnologia industrial. As outras duas são joint ventures com a também alemã Siemens. Dessas, a BSH Continental fabrica eletrodomésticos e a ZFSL Steering Systems produz sistemas de direção. Se consideradas essas empresas, o faturamento do grupo no Brasil passa a R$ 5 bilhões em 2007.

Fonte: Valor