Escrito por: CNM CUT

Chery anuncia investimento de US$ 300 milhões em Jacareí (SP)

A Chery anunciou investimento de US$ 300 milhões a ser feito por 25 empresas que formarão o futuro parque de fornecedores automotivos em Jacareí, na região do Vale do Paraíba, interior paulista. Projetado para ser construído ao redor da fábrica de automóveis da marca chinesa, o polo terá disponível uma área de 4 milhões de metros quadrados para abrigar fabricantes de autopeças e prestadores de serviços, com estimativa de gerar 5 mil postos de trabalho. Com o novo aporte, o investimento total na região soma US$ 700 milhões, incluindo os US$ 400 milhões aplicados pela Chery na fábrica de automóveis, onde já monta o modelo Celer.

O anúncio foi feito pelos dirigentes da montadora na quarta-feira (20), durante a abertura da Exposição dos Equipamentos e Manufaturados da China, que reúne as principais empresas chinesas em um evento que ocorre até amanhã, no Rio de Janeiro. A cerimônia contou com Yin Tongyue, presidente mundial da Chery, Roger Peng, presidente da Chery Brasil, e Luis Curi, vice-presidente, que aproveitaram a visita do primeiro ministro da China, Li Keqiang, para fazer o anúncio.

Também acompanharam o prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro, o presidente da Investe SP, Juan Quirós, além dos ministros Eduardo Braga (Minas e Energia), Ricardo Berzoini (Comunicação) e Mauro Vieira, Relações Exteriores, e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

“Desde quando anunciamos a construção da fábrica de Jacareí, com o evento da pedra fundamental, em julho de 2011, já era conhecida a intenção da Chery em contar com este parque de fornecedores. É uma grande satisfação anunciar mais um aporte e continuar contribuindo com o desenvolvimento local”, declara Curi.

Segundo a montadora, das 25 empresas que vão se instalar no novo parque de fornecedores, 12 são fabricantes de autopeças, cinco são afiliadas da Chery, duas são sistemistas, outras duas são da área de logística (uma delas já confirmada, a Brazul) e três são do ramo de serviços gerais. Sem poder revelar quais são essas empresas, a Chery confirma que está em negociação para atrair as parceiras para o polo industrial de Jacareí.

Em 2013, no lançamento do novo Celer, a montadora havia indicado algumas companhias que poderiam vir a fazer parte do futuro parque de fornecedores que já se planejava para a fábrica de automóveis, que naquela época estava em fase de construção. Os principais, segundo a Chery, seriam os mesmos que já fornecem na China: Autoliv, Bonaire, Continental, Delphi, Johnson Controls, Mobil, Siemens e Valeo, além da brasileira fabricante das baterias Moura.

“A Chery está trabalhando em parceria com a Investe SP, que vai prestar assessoria gratuita aos interessados, e com a prefeitura de Jacareí para viabilizar este projeto o mais rápido possível e facilitar a vinda das empresas para a região. A estimativa é que em dois anos o complexo esteja operando”, acrescenta Curi.

“São projetos como esse que fazem com que São Paulo continue sendo o principal polo automotivo da América Latina”, comenta Juan Quirós, presidente da Investe São Paulo. O executivo lembra que a agência já assessorou 22 projetos do setor nos últimos anos, e que o Estado concentra atualmente 45,3% da produção nacional de automóveis.

Uruguai
Enquanto expande suas operações no Brasil, a Chery oficializa o fechamento de sua linha de montagem no Uruguai, mantida em parceria com um sócio minoritário argentino, o Grupo Macri. A unidade, que montava o SUV Tiggo e o compacto Face destinados ao Brasil, Argentina e outros países da América do Sul, estava parada desde setembro do ano passado. Segundo a agência de notícias Efe, a montadora comunicou o encerramento das atividades ao Ministério do Trabalho uruguaio, que confirmou a decisão. De acordo com o diretor nacional do ministério, Juan Castillo, os 150 trabalhadores da unidade terão seus contratos encerrados e o número de demissões pode chegar a mil, considerando os empregos indiretos afetados pelo fechamento da linha de montagem.

O diretor ressaltou que a empresa alegou a conjuntura econômica fraca pela qual atravessam Brasil e Argentina, incluindo as restrições cambiais impostas pelo governo argentino e a demora em determinados trâmites para as importações, além da queda brusca do embarque de veículos para a Venezuela.

O Tiggo foi o primeiro modelo da Chery lançado no Brasil, marcando a estreia da marca por aqui em 2009. Desde então vinha sendo montado no Uruguai em regime de CKD, com partes importadas da China, sendo que armação da carroceria, soldagem e pintura eram feitos ali. Dessa forma a Chery aproveitava as concessões do Mercosul para trazer o Tiggo ao mercado brasileiro sem pagar imposto de importação nem os 30 pontos adicionais de IPI impostos a veículos importados desde 2012. No entanto, em dezembro, a Chery confirmou sua intenção de produzir na fábrica brasileira a nova geração do Tiggo (leia aqui). Até o início da produção do SUV aqui, a montadora informa que venderá no Brasil as unidades remanescentes do Uruguai.

Em seu melhor momento, quando trabalhava em conjunto com a argentina Socma, do Grupo Macri, a unidade contava com 300 trabalhadores. Durante 2014, suas exportações caíram 9,9% em relação ao ano anterior. Embora os envios ao Brasil tenham aumentado 13,5%, as exportações à Argentina recuaram 50,9%, segundo dados do Instituto Uruguai XXI.

(Fonte: Automotive Business)