Escrito por: CNM CUT
Em encontro com empresários do segmento, entidade defende aumento da alíquota de importação, que está em estudo pelo governo, e medidas para garantir emprego e renda.
“É preciso proteger a indústria do aço e os empregos no Brasil. Para isso, defendemos que sejam adotadas uma série de medidas, entre elas o aumento da alíquota de importação do aço”. A afirmação é do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, que se reuniu, na tarde de ontem (17), no Rio de Janeiro (RJ), com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, para entregar documento com propostas da categoria à entidade empresarial.
O aumento da alíquota de importação do aço – que está em estudo pelo governo – é, na avaliação da CNM/CUT, uma medida urgente a ser adotada. “Já perdemos, só este ano, 14 mil postos de trabalho na siderurgia, por conta da retração no mercado e do acirramento da competição internacional. Por isso, apoiamos a proposta da presidenta Dilma Rousseff de rever as alíquotas de importação [que, segundo o jornal, poderiam chegar a 20%, contra um teto máximo atual de 14%], mas queremos discutir outras ações e que os trabalhadores sejam parte dos fóruns de deliberação de propostas”, assinalou Paulo Cayres, alertando que, se nada for feito, em breve outros oito mil postos de trabalho poderão ser cortados no setor.
O metalúrgico lembrou que várias nações adotam medidas para proteger suas indústrias, por meio de altas taxas de imposto de importação. “O Brasil tem o direito de fazer o mesmo, como forma de estimular a indústria e agregar valor à produção nacional”, considerou.
O encontro no Instituto Aço Brasil – do qual também participaram o secretário geral em exercício da Confederação, Loricardo de Oliveira, e o diretor José Quirino dos Santos – foi solicitado pelos sindicalistas. “O documento entregue aos empresários pede a abertura de um espaço permanente de diálogo, de preferência triparte, para a elaboração de propostas para valorizar o segmento e para preservar os empregos e a renda dos trabalhadores”, explicou Cayres.
Na avaliação da Confederação – que representa mais de 800 mil metalúrgicos da CUT em todo o país – é preciso também que haja mais investimentos públicos e privados no segmento, para contribuir com a retomada de seu crescimento, garantindo o nível de emprego e a manutenção da mão de obra qualificada. “Defendemos também as políticas de conteúdo mínimo nacional, para incentivar o consumo interno de insumos para setores estratégicos, como as indústrias da construção, a automobilística, bens de capital e de petróleo e gás”, completou Loricardo de Oliveira.
Além do presidente do Instituto, participaram da reunião com os dirigentes da CNM/CUT representantes da Gerdau e da ArcelorMittal.
(Fonte: Solange do Espírito Santo – Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)