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Com apoio internacional, curso de formação da CNM/CUT fortalece ação sindical

Trabalhadores de todo o Brasil e também dos Estados Unidos participaram da atividade no último fim de semana. “Juntos somos mais fortes”, ressalta a diretora sindical americana

Publicado: 28 Março, 2023 - 18h56 | Última modificação: 28 Março, 2023 - 19h15

Escrito por: Redação CNM/CUT

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Entre os dias 24 e 26 de março, em Recife, trabalhadores de onze estados diferentes e também do sindicato norte-americano USW (United Steelworkers), participaram do Curso de Sindicalização promovido pela CNM/CUT, que aconteceu em Recife.

Durante o curso, foram abordados temas como Estado, desenvolvimento e políticas industriais no Brasil, organização dos trabalhadores e das trabalhadoras metalúrgicos(as), o sindicato como instrumento de luta, além do debate sobre a realidade dos sindicatos nos Estados Unidos.

“Tratamos também de temas específicos da ação sindical, como identificar lideranças sindicais, usar ferramentas de comunicação, como construir uma campanha de sindicalização, entre outros”, afirma o secretário de Organização da CNM/CUT, Renato Carlos de Almeida, o Renatinho.

“Esse curso é importante porque capacitou os participantes para que elaborem planos de sindicalização bem estruturados, pensando em ampliar o número de sócios e sua base de representatividade”, completou o dirigente.

Para Rosana de Souza Fernandes, do Solidarity Center, responsável por toda agenda de organização, formação e sindicalização, as lutas de cada participante possuem temas que os unem como classe trabalhadora. 

“Esse processo de formação é muito mais que uma troca de experiências e organização, a maior parte das reivindicações dos trabalhadores são lutas em comum. Portanto, construir ações que fortaleçam a organização sindical mundial é compreender que a classe trabalhadora é uma só, numa sociedade que cada vez mais é necessário a valorização e o respeito da classe trabalhadora”, afirma Rosana.

Mesas temáticas

A economista da subseção do Dieese na CNM/CUT, Renata Filgueiras, comandou a mesa “A organização dos trabalhadores e das trabalhadoras metalúrgicos (as) no Brasil e o sindicato como instrumento lutas e conquistas”, fazendo um relato histórico sobre a luta sindical brasileira e  suas conquistas para os trabalhadores e trouxe indicadores sindicais atuais. Ela também problematizou questões atuais da classe trabalhadora.

O sociólogo Douglas Ferreira, também técnico do Dieese, esteve na mesa que debateu Estado, Indústria e Desenvolvimento, falando sobre a complexidade da indústria nacional e qual o papel do Brasil dentro da cadeia industrial mundial, alertando que o país perdeu espaço na comparação com outros países nos últimos anos e é preciso mudar seu modelo de desenvolvimento industrial.

Durante os três dias de evento foram realizadas mais de dez mesas temáticas e ou atividades com participação dos trabalhadores, trocando ideias sobre o movimento sindical e a luta dos trabalhadores.

Participação

O trabalhador Narciso Santana, da Bahia, disse que o curso trouxe de mais importante a valorização do diálogo com o trabalhador. “Aprendi que é importante primeiro ouvir para depois falar. Deram até como exemplo que temos dois ouvidos e uma boca, a diferença tá aí”.

Já Jéssica Alves, de Pernambuco, destaca a importância do curso para manter o movimento sindical em estado de alerta, mesmo com um governo federal mais próximo ao trabalhador. “Discutimos outros temas importantes como machismo, racismo e homofobia, para entendermos que o papel do sindicato não é só debater pautas trabalhistas, mas estar junto da sociedade como um todo”.

Representando o sindicato norte-americano USW, a diretora Interina do Departamento de  Organização Sindical da entidade, Mariana Padias, avalia que a luta pelos direitos dos trabalhadores deve ser compartilhada entre os Estados Unidos e o Brasil.

“Representamos trabalhadores/as de categorias similares e em empresas multinacionais que atuam nos dois países. Quando o movimento sindical é forte internacionalmente, os empregadores não podem colocar os trabalhadores/as uns contra os outros ou minar os acordos coletivos e os benefícios que a CNM/CUT e a USW lutaram arduamente para conquistar. Os empregadores nos querem fracos e lutando entre nós, mas insistimos em construir solidariedade internacional porque sabemos que juntos somos mais fortes”, afirma Mariana.

Veja a galeria de fotos do curso