Escrito por: CNM CUT
A indústria brasileira já começa a exportar componentes e televisores com a tecnologia digital adotada no país. Atualmente, o governo federal promove uma caravana aos países da América Latina para apresentar o modelo Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T), desenvolvido pelo Brasil a partir da tecnologia japonesa. Para o governo, a expansão do padrão brasileiro serve para formar uma imagem de liderança do país em tecnologia da informação (TI).
Para as empresas nacionais ou multinacionais que produzem aqui, abre-se uma possibilidade de novas exportações.
Segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Brasil exportou no ano passado 568 mil decodificadores de TV digital, para sistemas de televisão por assinatura via satélite. Em 2009, também foram exportadas 12.840 televisões de LCD com conversor digital embutido. Trata-se de uma parcela pequena da produção total do país, de 3 milhões de aparelhos de LCD, mas significa que algumas das 20 empresas que produzem o aparelho no Brasil já têm contratos com o exterior.
Este ano, mais da metade dos televisores produzidos no Brasil devem ter o conversor digital incluído, prevê Martins. A projeção tem base nas regras brasileiras para que a indústria obtenha incentivos fiscais na Zona Franca de Manaus. A partir deste ano, para ter as isenções, os fabricantes devem instalar o conversor em todas as TVs com mais de 32 polegadas. Em 2011, a regra passará a valer para modelos acima de 26 polegadas e, em 2012, todos os aparelhos produzidos no Brasil terão de incluir conversor para ter isenção.
A expectativa da indústria é de produzir 12 milhões de aparelhos neste ano. Em 2009 foram 9 milhões de aparelhos, que significaram receita de US$ 4,18 bilhões ao setor. Grande parte dos aparelhos de LCD comprados na Argentina atualmente são produzidos na Zona Franca de Manaus. Com as regras nacionais, será obrigatória a exportação das TVs com conversor.
Com a aproximação da Copa do Mundo da África do Sul, em junho, a previsão é de que a indústria de eletroeletrônicos vai reforçar, a partir de abril, a venda do conversor digital para aparelhos de televisão que não têm o dispositivo embutido. O consumo maciço de conversores no Brasil, porém, só é previsto quando os radiodifusores deixarem de transmitir em modo analógico, o que forçaria os usuários a adotar o sistema digital.
Além de exportar equipamentos, o Brasil poderá levar conteúdo e software aos países que adotarem a tecnologia de TV digital, diz Barbosa Filho, da Casa Civil. No caso do Uruguai, a negociação inclui o auxílio das companhias nacionais, detentoras de experiência na área, aos radiodifusores do país vizinho.
Fonte: Valor