Escrito por: CNM CUT

Confiança da indústria segue em alta e na contramão de relatório do FMI

Embora a prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) tenha avançado apenas 0,1% em janeiro em relação ao que foi registrado no final do mês anterior, atingindo 100,0 pontos, segundo relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado na última quarta-feira (22), o presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, segue otimista. O executivo detalhou em uma reunião com o governo as previsões de crescimento de 1,1% no setor para 2014, em comparação ao último ano, segundo relatório da entidade divulgado no início do mês.

Segundo os dados preliminares, o Índice da Situação Atual (ISA) avançou 1,6%, para 101,3 pontos, maior nível desde junho de 2013. Isso compensaria a queda no Índice de Expectativas (IE) de 1,4%, para 98,6 pontos. Por sua vez, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) teve alta de 0,4 ponto percentual, a 84,7%. O resultado final da pesquisa será divulgado em 29 de janeiro.

Moan esteve reunido pela manhã com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, e também fez um balanço dos resultados do setor em 2013. Com relação ao relatório do Fundo Monetário Internacional, que reduziu de 2,5% para 2,3% as expectativas de crescimento do Brasil para 2014, Moan enfatizou que não concorda com a previsão. “Tanto é que a formação bruta de capital [investimentos] este ano vai ser surpreendente, e será crescente nos próximos anos. Quero lembrar que as últimas concessões foram feitas e os últimos leilões da parte de infraestrutura foram extremamente positivos”, avaliou.

Sobre 2013, Moan disse que “foi um ano excepcional para o setor, com recordes tanto no setor de autoveículos quanto no de máquinas, incluindo as vendas”. O dirigente lembrou que, no caso do setor de máquinas, o resultado foi o recorde absoluto de comercialização no Brasil, com mais de 80 mil unidades. Na área de autoveículos, houve queda de 0,9% em comparação a 2012, mas mesmo assim, ressaltou, dentro de um patamar muito alto.

Moan também disse esperar que o governo dê resposta, ainda neste primeiro semestre, a algumas reivindicações do setor, como o Inovar-Autopeças, Inovar-Máquinas e Exporta-Auto.

– No caso do Exportar-Auto, existem vários grupos formados para realizar os estudos dentro do governo – informou.

Segundo afirmou, o mecanismo que faltava para essas definições foi publicado na Medida Provisória 638, que trata, entre outros temas, da rastreabilidade. De acordo com a norma, publicada segunda-feira (20), os fornecedores de insumos estratégicos e de ferramentas para as empresas habilitadas ao Inovar-Auto e seus fornecedores diretos ficam obrigados a informar os valores e outras características dos produtos fornecidos.

– A rastreabilidade é primordial no programa de autopeças. Estamos caminhando bem, assim como a conjuntura – garantiu.

Fluxo cambial
Exportar mais segue como uma necessidade para o país, que tem perdido reservas em dólar com o fluxo cambial, entrada e saída de moeda estrangeira. O movimento ficou negativo em US$ 677 milhões na semana passada, acumulando no mês saídas líquidas de US$ 1,894 bilhão, informou o Banco Central nesta quarta-feira. A conta financeira – por onde passam os investimentos estrangeiros diretos e em portfólio, entre outros – foi novamente a responsável pelo déficit, registrando saídas de US$ 737 milhões entre 13 e 17 de janeiro. O desempenho elevou o resultado negativo do mês para US$ 1,782 bilhão.

O BC informou ainda que a conta comercial teve pequena entrada líquida de US$ 60 milhões na última semana, mas o desempenho acumulado mensal está negativo em US$ 112 milhões. O mercado tinha, na semana passada, a expectativa de entrada de dólares no país após diversas empresas anunciarem captação de recursos no exterior.

O fluxo tem registrado fortes saídas de recursos diante do início da remoção dos estímulos monetários pelo Federal Reserve, banco central norte-americano. A combinação desses dois fatores levou as saídas superaram as entradas no ano passado em US$ 12,261 bilhões, o pior resultado desde 2002.

(Fonte: Correio do Brasil)