Escrito por: CNM CUT
A normalização do atendimento dos pedidos de latinhas de alumínio aos produtores de bebidas e sucos no Brasil vai ocorrer até o fim do ano, mas não faltará embalagens para ninguém, garante Rinaldo Lopes, presidente da Crown. Com duas fábricas - uma em Cabreúva (SP) e outra em Estância (SE), que foi inaugurada em outubro de 2009 -, a empresa já está construindo uma nova unidade em Ponta Grossa (PR), que está prevista para ficar pronta no primeiro trimestre de 2011.
Até lá, se for necessário para atender à demanda dos clientes, observa Lopes, a Crown trará o volume adicional de filiais do grupo Crow em países como EUA e México. No momento, segundo ele, o volume importado tem ficado "em torno de 5% a 8% da nossa capacidade". As unidades de Cabreúva e Estância podem fazer 3,5 bilhões de latinhas por ano.
Lopes observa que uma conjunção de fatores, como crescimento da renda da população, principalmente nas classes C e D, a saída do país da crise bem mais rápido que outras economias e o verão tórrido, levou ao aumento do consumo de bebidas e alimentos acima do previsto pelo setor e pelos próprios fabricantes de bebidas, sucos e alimentos.
No mercado de bebidas, o déficit de latas preocupa produtores de cervejas, refrigerantes, sucos e bebidas alcóolicas. A demanda nesses setores cresceu muito, principalmente no último trimestre de 2008 e manteve-se em alta neste início de ano. Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Paulo Mozart, "a demanda superou a expectativa". O mercado de energéticos, cuja produção é 90% embalada por latas, cresceu 17% em volume. Em cerveja, onde as latas respondem por 27%, as vendas chegaram a 7,7 bilhões de litros - quase 400 milhões a mais que em 2008.
A Crown, que chegou no Brasil em 1996, é uma joint venture entre a americana Crown Holdings - que tem 41 fábricas no mundo - e o grupo brasileiro Petropar S.A., do Sul. Cada um tem 50% do capital da empresa. Na fábrica sergipana e na de Ponta Grossa, a companhia está investimento próximo de R$ 300 milhões. Cada uma tem capacidade de produção de 1 bilhão de latas ao ano - Estância estará voltada ao Nordeste e Ponta Grossa vai desafogar Cabreúva e atender ao Sul.
O executivo informou que os investimentos das fabricantes de latas no país - Crown, Rexam e LatapackBall - a partir de 2008, indo até o fim deste ano, vão ampliar em cerca de 30% a capacidade do setor em relação ao volume anterior. Desde 2003, estava estacionado em 14,4 bilhões de unidades.
Fonte: Valor