Escrito por: CNM CUT

Declaração do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volkswagen

Wolfsburg, 11 de Maio de 2006

O crescente processo de globalização de cunho neoliberal e a contínua internacionalização do grupo Volkswagen, que tem como pano de fundo a brutal eliminação da concorrência, conduz a uma crescente pressão pela competição entre empresas e regiões com grandes e evidentes conseqüências negativas para os Trabalhadores e as comunidades regionais.

O Comitê Mundial demanda energicamente, principalmente face às difíceis condições estruturais, uma partilha equilibrada dos riscos e oportunidades na empresa. A base para isto está no Acordo, assinado conjuntamente com a direção da empresa, que estabelece os critérios segundo os quais as questões econômicas estão em mesmo grau de importância que a estabilidade no emprego, assim como na 'Carta Social', válida para todas as unidades no mundo, em consonância com as diretrizes corporativas do Grupo Volkswagen.

Nós, os membros do Comitê Mundial, temos pleno conhecimento da difícil situação da empresa. Tomamos conhecimento que fatores externos, como a evolução negativa do câmbio (Euro x Dólar) e a 'guerra de preços' em quase todas as categorias e mercados de veículos têm piorado dramaticamente as condições estruturais. Igualmente negativos, são fatores internos, como a negligência no desenvolvimento de um sistema de produção uniforme em toda a empresa e de uma tecnologia ambiental demandada pelo mercado.

O Comitê propõe à direção da empresa a imediata retomada do diálogo construtivo com os Trabalhadores e os Sindicatos, para expor a abrangência  da situação atual e buscar conjuntamente as possibilidades de solução dos problemas. Ameaças de fechamento de fábricas, redução de pessoal e demissões, nada mais são que a confissão pública da incapacidade gerencial!

O fechamento de fábricas, a venda de divisões da empresa, grandes reduções de pessoal ou demissões em massa, não representam soluções inovadoras. O Comitê Mundial propõe a imediata adoção de estratégias alternativas, como por exemplo, o desenvolvimento de novas áreas de negócios tendo em consideração a constante transformação da cadeia de geração de valor.

Os Trabalhadores e seus Representantes estão dispostos a realizar as mudanças necessárias, porém precisamos saber com segurança no que estamos nos engajando. A falta de perspectivas só leva à insegurança e ao medo, quando não à desmotivação e à recusa.

O Comitê Mundial declara sua total solidariedade a todos os trabalhadores que se colocam na defesa de seus postos de trabalho, seus direitos e conquistas sociais. A solidariedade se manifesta através de uma maior troca de informações e de um ainda mais intensivo trabalho conjunto entre os membros nos diversos países, com o objetivo de:

1. Não permitir que sejamos colocados um contra os outros e;

2. Atuar contra a espiral de rebaixamento das conquistas sociais resultantes da pressão pela concorrência.

Pelo Comitê Mundial:

Bernd Osterloh - Presidente
Michael Riffel - Secretário Geral