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Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo é data de reflexão e luta

Novo governo Lula traz expectativa de mais fiscalização sobre quem deixa trabalhadores sob condições degradantes, afirma dirigente da CNM/CUT

Publicado: 27 Janeiro, 2023 - 08h00 | Última modificação: 26 Janeiro, 2023 - 19h15

Escrito por: Redação CNM/CUT

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No próximo sábado, dia 28 de janeiro, será celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Apesar da data, ainda é necessária muita luta para resgatar trabalhadores em condições análogas a escravidão no Brasil e no mundo e por isso os movimentos social e sindical afirma que o dia é de reflexão e de luta. 

Em setembro do ano passado, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um balanço afirmando que pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas de trabalho escravo. O problema afeta todos os continentes e, segundo a entidade, teria aumentado ainda mais nos últimos cinco anos, principalmente com a pandemia de Covid-19 entre 2020 e 2021.

“É de causar indignação que nos dias de hoje ainda exista trabalho análogo a escravidão e inadmissível que 135 anos após a abolição em nosso país trabalhadores e trabalhadoras estejam em ambientes precários, recebendo, muitas vezes, apenas a alimentação”, afirma a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos. 

Em dezembro do ano passado, chocou o país o caso da idosa de 82 anos que trabalhou por 27 anos em uma casa em Ribeirão Preto, no interior paulista, sem direito a folgas semanais e sem receber um centavo do casal dono da casa. Iludida, a doméstica acreditava que os patrões guardavam o dinheiro dos salários para que ela pudesse comprar uma casa.

"É muito difícil chegar a esses trabalhadores, que muitas vezes, ficam incomunicáveis por vários anos”, relata Christiane. “Temos que cobrar dos órgãos públicos que haja mais fiscalização e punição para quem comete esse crime. O movimento sindical existe para defender e garantir o direito dos trabalhadores e trabalhadoras nesses momentos, e é de suma importância que existam sindicatos fortes e atuantes”, destaca a dirigente.

Com a posse do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o retorno do Ministério do Trabalho às mãos de um trabalhador, existe a expectativa do movimento sindical que as ações de fiscalização de trabalho escravo aumentem. Durante os governos Temer e Bolsonaro estas ações foram drasticamente reduzidas.

“Fortalecer o ministério do Trabalho é muito importante, pois antes dos governos Bolsonaro e Temer havia mais fiscalização. Tenho esperança que com esse novo governo vamos voltar a ter mais fiscalizações e punições sobre quem pratica esse crime”, completou a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT.