Niterói (RJ), Belo Horizonte e Pouso Alegre (MG), receberam sindicalistas na última semana visando reforçar diálogo com os companheiros e companheiras no chão de fábrica e apoio a pautas locais
Entre os dias 22 e 24 de outubro, dirigentes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) estiveram em Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG) e Pouso Alegre (MG) em uma série de atividades junto aos sindicatos locais e às bases metalúrgicas. As visitas tiveram como objetivo intensificar o diálogo direto com os trabalhadores e trabalhadoras, fortalecer a organização sindical e divulgar informações sobre as pautas nacionais e regionais da categoria.
“Essas agendas reforçam o compromisso da CNM/CUT com a luta, a defesa da vida, dos direitos e da valorização dos trabalhadores e trabalhadoras da indústria”, avaliou o coordenador geral de segmentos industriais da CNM/CUT, Juarez Estevam Ribeiro, que esteve presente na comitiva que visitou Rio e Minas.
Assembleia e solidariedade no Estaleiro Mauá
Em Niterói, no dia 22 de outubro, a comitiva da CNM/CUT participou de uma assembleia organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, realizada na portaria do Estaleiro Mauá. A atividade teve como foco o debate sobre a situação do estaleiro, que enfrenta um processo de recuperação judicial, e a mobilização dos trabalhadores pela manutenção dos empregos e pela retomada das atividades produtivas.
O Estaleiro Mauá, que chegou a ter no passado 8 mil trabalhadores e hoje emprega somente 1 mil, já conta com avaliação favorável dos governos federal e municipal para o processo de recuperação, mas ainda enfrenta resistência do governo estadual, cuja postura tem sido contrária à continuidade das operações.
“Falta uma postura mais forte do governo estadual para a recuperação — aliás, a intenção do governo do estado é contrária, é pelo fechamento da empresa. Então a nossa ida para lá foi importante para mostrar também aos trabalhadores que a CNM/CUT está preocupada com os trabalhadores de Niterói e a demonstração da solidariedade do sindicato de Niterói, da importância que tem”, afirmou Loricardo de Oliveira, presidente da CNM/CUT.
Campanha salarial mobiliza metalúrgicos em Minas Gerais
Nos dias 23 e 24 de outubro, a comitiva esteve em Belo Horizonte e Pouso Alegre (MG) acompanhando de perto a campanha salarial dos metalúrgicos de Minas Gerais, que está em andamento e enfrenta um cenário de negociações difíceis com o setor patronal.
Os dirigentes da Confederação participaram de atividades organizadas pelos Sindicatos dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem, e de Pouso Alegre e Região, visitando portarias de fábricas e dialogando com os trabalhadores sobre os rumos da campanha e a importância da mobilização nas bases.
Em Belo Horizonte, a comitiva visitou as portarias das empresas ABB e Belgo, importantes indústrias dos setores elétrico e siderúrgico. No diálogo com os trabalhadores, os dirigentes denunciaram a proposta patronal de reajuste salarial abaixo das expectativas da categoria e ainda por cima parcelado, o que tem sido rejeitado pelos metalúrgicos mineiros, que exigem reposição integral das perdas e valorização dos salários.
“Foi importante ir até Belo Horizonte, fazer um diálogo com a companheirada, no sentido de fortalecer o trabalho de base. Isso serve para o fortalecimento da relação entre Confederação e sindicatos, buscando alternativas para ampliar o trabalho na base e organizar os trabalhadores no chão da fábrica”, destacou Renato Carlos de Almeida, o Renatinho, secretário-geral da CNM/CUT.
Segurança e saúde em Pouso Alegre
Encerrando o roteiro, no dia 24 de outubro, os dirigentes estiveram em Pouso Alegre, participando de uma atividade na portaria da empresa XCMG Brasil, fabricante chinesa de máquinas e equipamentos pesados. Além da campanha salarial de Minas, a conversa com a companheirada teve como pauta a busca por mais segurança e saúde no chão de fábrica, principalmente depois de um recente acidente que vitimou um metalúrgico nas dependências da empresa.
“Quando a CNM/CUT vem pra assembleia e traz a informação que em nenhum estado do país houve reajuste salarial com parcelamento, os companheiros aqui em Minas percebem que o setor patronal faz uma proposta impossível de ser aprovada. E foi importante também a fala do Loricardo, que faz parte do fórum que discute a segurança do trabalho em Brasília, para que os trabalhadores vejam que a nossa organização e luta vai além do chão de fábrica. Vamos brigar, denunciar, fazer o possível para que os trabalhadores tenham um ambiente de trabalho seguro ,que os trabalhadores voltem para casa da mesma forma que chegou”, disse a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos, que é trabalhadora em Pouso Alegre
