Escrito por: CNM CUT

Eaton estuda construção de nova fábrica no Brasil

A expansão dos negócios projetados para a divisão de transmissões de veículos leves e médios da Eaton deve atingir não apenas as já instaladas fábricas de Valinhos e Mogi Mirim, ambas em São Paulo, mas também inclui uma nova planta industrial. As duas unidades brasileiras estão trabalhando a todo vapor e mesmo as ampliações programadas para este ano não serão suficientes para suportar novos contratos.

A divisão de transmissões para veículos leves e médios da Eaton é formada por mais duas unidades além do Brasil: uma em Tcwew, Polônia, e outra em Greenfield, Estados Unidos. Mas é pouco provável que a nova fábrica seja levantada nestes países. Segundo Ricardo Dantas, diretor comercial da divisão de transmissões e embreagens, o local ainda está em estudo. O investimento previsto também é mantido em sigilo.

A nova unidade está sendo planejada para atender à demanda de um novo contrato, cujo fornecimento de transmissões deve começar em 2010. 'É um grande contrato com um cliente brasileiro com operações globais. Identificamos boa oportunidade de negócio, o que justifica a construção de outra fábrica.'

Produção no topo - No Brasil o ano começou com mudanças. A fábrica de Valinhos opera agora apenas as linhas de montagem de conjuntos de transmissão, transferindo toda a produção de componentes para a planta de Mogi Mirim, que passa a centralizar essa operação. Dessa forma ambas as unidades devem aumentar a produção de 7% a 10% com relação ao volume de 2007. No pacote de expansão estão incluídos 150 novos empregados em Mogi Mirim. 'Teremos crescimento equivalente ao do mercado.'

Com mais turnos de trabalho em 2007 as fábricas brasileiras estão utilizando quase 100% ad capacidade produtiva instalada, muito por conta do aumento da produção de automóveis no País. Mas se depender de seus clientes a Eaton dará continuidade ao processo de expansão, já que muitos deles já procuraram a empresa para rever volumes e pedir aumento de fornecimento.

'Os sinais positivos estão vindo principalmente da estabilidade da economia brasileira que reflete também nos recentes anúncios de investimentos feitos pelas montadoras.' Mas Dantas não nega que a sombra da falta de energia e de infra-estrutura pode atrapalhar os planos. O executivo não sabe ao certo em quanto a crise dos Estados Unidos pode afetar o mercado em 2008, mas diz que 'com certeza terá reflexos por aqui'. As conseqüências podem ser nas exportações, por exemplo, já que 45% da produção brasileira segue para os Estados Unidos - a outra metade é dividida para Argentina, Turquia, Japão e Itália.

Premiação - Os resultados das quatro fábricas renderam à divisão de leves e médios o prêmio máximo de gestão da empresa, o Eaton Business Excellence Award, cuja cerimônia de premiação foi feita na filial brasileira, em Valinhos, nesta terça-feira, 29.

Na avaliação para a conquista do prêmio foram considerados liderança, planejamento estratégico, foco no cliente e mercado, análise e gestão do conhecimento, recursos humanos, gestão de processos e resultados dos negócios. A divisão recebeu setecentos pontos de 1 mil possíveis.

Na avaliação exclusiva das operações de manufatura, as duas unidades brasileiras, Valinhos e Mogi Mirim, levaram o Eaton Premier, o que significa que as duas fábricas estão no grupo das dez unidades da empresa com a maior pontuação nos critérios de gestão e qualidade.

Eaton tem faturamento recorde em 2007

Apesar da crise de seu principal mercado, os Estados Unidos, a Eaton teve em 2007 faturamento recorde: foram US$ 13 bilhões, enquanto em 2006 as vendas renderam pouco mais de US$ 12,2 bilhões. O lucro líquido evoluiu pouco, passou de US$ 950 milhões para US$ 994 milhões no ano passado, e o lucro operacional teve crescimento de 6%, somando US$ 1 bilhão. Segundo comunicado da empresa a projeção é que o faturamento de 2008 seja 4% maior.

A divisão Eletrical faturou no ano passado US$ 4,1 bilhões, a Fluid Power somou US$ 3,9 bilhões, a divisão Truck - de transmissões e embreagens - totalizou US$ 2,5 bilhões e a Automotive fechou 2007 com US$ 1,5 bilhão faturados. Com relação ao lucro operacional apenas a divisão Truck sofreu redução, caindo de US$ 448 milhões em 2006 para US$ 357 milhões em 2007, conseqüência direta da retração do mercado nos Estados Unidos.

As operações brasileiras foram relevantes para o resultado, segundo Ricardo Dantas, diretor comercial da divisão de transmissões e embreagens das operações Truck. Por isso ele sustenta que a confiança na unidade brasileira pode suportar a concorrência com outras fábricas da empresa, até mesmo a da China. 'Aqui temos tecnologia, qualidade e principalmente competitividade, apesar do câmbio desfavorável para exportação.'

O Brasil ganha mais importância nos planos da Eaton na medida em que a empresa tem buscado diversificar negócios principalmente em países em desenvolvimento, nos chamados BRICs - Brasil, Rússia, China e Índia. 'Assim reduzimos a dependência de certos mercados e estamos mais protegidos das crises internacionais.'

Fonte: Autodata