Escrito por: CNM CUT
Uma explosão em uma usina da Gerdau, em Ouro Branco, na região Central de Minas Gerais, deixou ao menos dois mortos na manhã desta terça-feira (15). Em nota, a empresa confirmou o ocorrido e informou que está prestando assistência às famílias das vítimas.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco, que está acompanhando o ocorrido, informou que dois outros funcionários estão em estado grave em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras oito pessoas ficaram feridas e seguem internadas no Hospital Fundação Ouro Branco. A explosão aconteceu na coqueria 2 da Gerdau Ouro Branco.
Na unidade Ouro Branco da empresa, há pelo menos 3.000 funcionários. Um dos mortos era um trabalhador terceirizado e o outro contratado pela Gerdau. Eles ainda não foram identificados. Ainda conforme o Sindicato, o fato de os funcionários não poderem circular dentro do local com celulares pode ter dificultado o pedido de ajuda.
Um ex-funcionário da empresa procurou a reportagem para falar sobre a falta de segurança no local, o que motivou a sua saída. "Trabalhei por dois anos lá como soldador, mas saí porque sou pai de família e não estava sentindo segurança. É muito gás passando pelas coqueiras, muito perigoso", relata.
Um acidente semelhante no mesmo local ocorrido em novembro do ano passado matou três funcionários. Neste caso, a explosão aconteceu durante a manutenção de uma torre de gás. Mãe e tia de duas vítimas, Celsina Prado, conta que ver o acidente desta terça-feira é como viver tudo o que aconteceu novamente no dia 14 de novembro do ano passado.
"Cada acidente parece que revivemos tudo novamente, estou muito triste até hoje, o tempo parou e choro todos os dias pelo meu filho Allan Roger e meu sobrinho Douglas Eduardo. É uma dor sem fim e sinto muito em saber que mais famílias estão sofrendo pela falta de segurança nesta área", lamenta.
Além de Allan Roger Prado, 23, e Douglas Eduardo Neto, 24, também morreu Cezar Miguel, 51, na ocasião. Celsina ainda conta que tem um cunhado que trabalha na Gerdau Ouro Branco e que ainda está apreensiva sem saber a identificação dos mortos e feridos, uma vez que o cunhado não deu notícias.
(Fonte: Juliana Baeta e Bruna Carmona - O Tempo)