Fábrica da GM em Santa Catarina: será em Araquari ou Joinville?
Publicado: 26 Fevereiro, 2008 - 08h00
Escrito por: CNM CUT
Embora o prefeito de Joinville, Marco Tebaldi, tenha anunciado na sexta-feira, 23, que o município será sede da nova fábrica de motores da General Motors, a decisão ainda não foi tomada pela companhia. O secretário de Novos Negócios de Araquari, cidade vizinha a Joinville, Fabiano Floriani Garcia, sustenta que a área para localização continua em análise, que envolve os dois municípios.
Mas ele garante que não há disputa: 'A verdade é que estamos irmanados para que a fábrica seja localizada no Norte do Estado, beneficiando toda a região. Mas não podemos negar que pelo aspecto de arrecadação de tributos lutamos para que a escolha seja por Araquari'.
Por meio de sua assessoria de imprensa a Prefeitura de Joinville reafirmou que na sexta-feira o prefeito Marco Tebaldi foi informado pelo governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, de que a direção da GM já comunicara sua opção... por Joinville. Segundo a mesma assessoria na terça-feira, 26, funcionários da GM estarão reunidos com técnicos da Prefeitura para encaminhar as negociações.
A General Motors, no entanto, por meio de sua assessoria de imprensa, reafirma que ainda não tomou a decisão por um ou outro município. A única certeza é a de que a fábrica de motores será em Santa Catarina, descartando a possibilidade de instalá-la em Pernambuco.
Também confirmou que o investimento será de R$ 350 milhões, para produzir 120 mil motores e 50 mil cabeçotes por ano. A companhia informa que agora o grupo de negociadores está debruçado nos pormenores para bater o martelo. Essa decisão deve ser tomada nas próximas semanas.
Independente da localização o certo é que o anúncio acaba com frustração de longa data do Estado de Santa Catarina, que no passado esteve muito próximo de atrair empresa construtora de veículos. De acordo com Daniel Camilotti, presidente regional do Sindipeças e presidente da Caribor, 'a fábrica de motores da GM coloca o Estado, definitivamente, no âmbito da indústria automotiva nacional'.
Ele argumenta que o investimento trará benefícios diretos para empresas instaladas na região, como as produtoras de metais fundidos, e indiretos para os demais 140 fornecedores de autopeças: 'Certamente a direção da General Motors dará preferência às empresas locais, por questão de proximidade, desde que tenham capacitação e preços'.
Camilotti também acredita que haverá benefícios para os prestadores de serviços mecânicos, como as ferramentarias.
A Tupy deve ser uma das empresas que se beneficiará da fábrica de motores. A companhia não fornece para a montadora no Brasil - abastece apenas unidades no Exterior. Por conta do acordo GM e Fiat os componentes fundidos são da Teksid, de Betim, MG, mas informações de mercado dão conta de que o contrato vence no fim do ano, o que abriria possibilidades para a Tupy.
Também é oficiosa a informação de que a partir de maio a Tupy passará a usinar os fundidos da Teksid, tarefa até agora executada internamente pela GM. Por constituir-se gargalo da companhia o serviço seria repassado para a Tupy. A produção anual da Tupy é de 2 milhões de blocos. Assim as 120 mil unidades da GM representariam acréscimo de 6%.
De acordo com a Prefeitura de Joinville serão fabricados motores 1.4 para Celta, Prisma e Classic, produzidos em Gravataí, RS, e Rosário, Argentina. A GM não confirma qual a linha de motores produzirá em sua nova unidade. A planta industrial deve gerar quinhentos empregos diretos e 1,5 mil indiretos, e o início de sua operação está previsto para meados de 2009.
Motores e cabeçotes serão transportados por navios, um dos fatores que influenciaram a escolha do local, próximo ao porto de São Francisco do Sul.
O secretário da Fazenda de Santa Catarina, Sérgio Alves, condutor das negociações nos últimos dois meses, disse que a empresa contará com os benefícios do Pró-Emprego e do Super Prodec. Estes programas concedem incentivo ao estabelecimento e à expansão de projetos industriais que gerem emprego e renda. Trata-se de incentivo, a título de financiamento, equivalente a um porcentual pré-determinado sobre o valor do ICMS a ser gerado.
Fonte: Autodata