Um grupo de capital fechado que fatura 2,4 bilhões de euros por ano (previsão para 2008), sem planos para o lançamento de ações, está à procura de um espaço para fabricar equipamentos de construção e manutenção de estradas no Brasil. A primeira opção é a compra de uma fábrica já existente, mas se não for possível, pode optar pela construção de uma fábrica nova.
É o grupo francês Fayat, dono da marca Bomag, que começou a ser vendida aqui no começo deste ano por outra empresa de capital fechado, a Brasif, que fatura US$ 500 milhões por ano apenas com distribuição e aluguel de equipamentos para construção.
Jean-Claude Fayat, diretor-geral do grupo, está no Brasil para apresentar ao mercado, em seminário marcado para esta sexta-feira, em Campinas (SP), três novos equipamentos de compactação de rodovias, a última geração do grupo nesta área. Um deles é um compactador que tem um rolo de compactação poligonal, em vez do tradicional redondo, que, segundo o grupo francês, multiplica por oito vezes a capacidade de compactação do leito da estrada, além de controlar automaticamente qual o nível de força que precisa ser empregado em cada trecho da obra.
Por enquanto, o grupo francês está importado para o Brasil apenas sua linha de compactadores, mas a intenção é fornecer a linha completa para construção e manutenção de estradas, que vai do computador até a usina de asfalto, fixa ou móvel. "Para garantir essa presença, estamos estudando a fabricação (de equipamentos) no país". Fayat explica que outra tentativa já foi feita no fim dos anos 90, mas a compra de uma fábrica que estava sendo fechada fracassou no último momento.
O empresário disse que é cedo para falar em que prazo. O grupo vai fechar o ciclo e, além de importar, quer fabricar suas máquinas no Brasil. Mas assegura que veio para ficar. "O grupo sempre tem a estratégia de privilegiar o longo prazo. Então, a vinda para o Brasil não é para ficar apenas alguns anos", afirma.
Fayat divide o comando do grupo que, segundo ele, é líder mundial em equipamentos de compactação e asfalto, com as marcas Bomag, Marini e Breining, com um irmão e com o pai, fundador que, aos 76 anos, preside agora o conselho de administração. Ele disse ao Valor que não pensa em abrir o capital porque assim como está o grupo tem mais flexibilidade e rapidez na tomada de decisões.
Desde janeiro, a Brasif já vendeu ou alugou 155 máquinas da marca Bomag. Cada máquina custa entre R$ 270 mil a R$ 300 mil. Segundo Jonas Barcellos Corrêa Filho, presidente da Brasif, não está descartada uma parceria no futuro para a produção de máquinas no Brasil. Embora tenha ganho popularidade por ter sido a dona da rede de lojas Duty Free nos aeroportos brasileiros, vendida em 2006, a Brasif tem história na comercialização de máquinas e equipamentos pesados.
O grupo Fayad é formado por 14 empresas com fábricas na França, Alemanha, Itália, Estados Unidos e China, além de licenciadas no Japão, Índia e Malásia. Além de máquinas para fazer estradas o grupo atua em mais seis áreas, incluindo a construção de prédios, estruturas metálicas, caldeiraria e tanques. Além disso, possui três vinícolas na região de Bordeaux, França.
Fonte: Valor