Escrito por: Redação CNM/CUT
Conferências temáticas serão realizadas até o início do evento, em encontros virtuais e presenciais
Começaram nesta terça-feira (2) as conferências temáticas que vão dar início ao 11º Congresso da CNM/CUT “Reconstruir o Brasil de forma sustentável e humanizada com trabalho decente, soberania, renda e direitos”.
Os encontros serão virtuais e presenciais e ocorrem até o dia 9 de maio, quando a abertura oficial do evento acontece. Os temas debatidos serão: Igualdade Racial, Saúde do Trabalhador, Mulheres, Organização Sindical, Comunicação, Formação e Política Internacional.
Na primeira conferência, realizada na manhã desta terça-feira, o tema foi Igualdade Racial. Cerca de 60 trabalhadores e trabalhadoras de todo país fizeram parte dos debates, realizados através da plataforma digital Zoom. Os trabalhos foram coordenados pela secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos.
“Fiquei muito feliz com a participação de hoje, foi uma conferência com bastante participação de vários sindicatos, e a presença das companheiras convidadas trouxe várias questões importantes para a gente”, afirmou Christiane, ao final do encontro.
“A gente tem um desafio muito grande agora que é do reconstruir o nosso país, pois infelizmente os últimos quatro anos foram de muitos retrocessos para a classe trabalhadora, principalmente para o povo negro e negra desse país. Na pandemia a gente viu que os negros sofreram mais com o desemprego, com a violência contra a mulher negra, a cada dia a gente vê uma notícia de episódio de racismo na TV. Enquanto houver racismo no nosso país, o Brasil não será democrático de fato”, complementou a dirigente.
Em 9 de maio, data de início oficial do 11º Congresso, serão realizadas mais duas conferências presenciais: Política Internacional e Política Industrial. Ao final delas, no início da noite, será aberto o evento, no Hotel Monaco, em Guarulhos. Veja a programação completa, clicando no link Saiba Mais.
Momento de reorganização
Para o debate sobre Igualdade Racial, a CNM/CUT convidou Iêda Leal, secretária de Gestão do Sistema de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal, e Flávia Rios, professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Iêda Leal louvou a iniciativa das conferências e destacou que esse é o momento para que as forças políticas progressistas do país se reorganizem em todos os locais e possam ajudar a fazer o Brasil se desenvolver de verdade.
“Participar da organização dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil é nossa missão. E nossa função é a reorganização para que a gente continue vencendo as barreiras impostas nesses últimos seis anos por esses desgovernos, por esses fascistas que assumiram o poder e que quase acabaram com a gente de verdade, ”, afirmou Iêda.
Para ela, o terceiro governo Lula é uma oportunidade para trazer as pessoas à responsabilidade de reconstruir um país sustentável, mais humanizado, com trabalho e renda, e que as organizações da sociedade civil, como os sindicatos, centrais e confederações, fazem parte desse processo.
“Que a gente possa de fato reunir forças e que nossas organizações possam entender a importância de ter uma secretaria de combate ao racismo ou de combate a desigualdades em relação às mulheres, ou uma secretaria que olhe, cuide, e que dê propostas de verdade sobre a as possibilidades de viver num país diverso, rico, e absolutamente capaz de desenvolver e dar condições de vida para todo mundo inclusive para nós negros quem somos a maioria absoluta da população”, ressalta a secretária.
Já Flávia Rios, avalia que será preciso se reimaginar nessa nova conjuntura política brasileira para enfrentar os desafios impostos nos últimos anos e seguir na reconstrução democrática.
“É importante que o Brasil se apresente como uma janela de imaginação política ao mundo, sendo um governo democrático e que defenda os direitos trabalhistas, culturais, políticos, dos quilombolas, enfim, dos diversos temas que tratamos na conferência hoje”, afirma a professora da UFF.
Local de trabalho
O secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, destacou a importância de se debater a reconstrução das relações entre as pessoas depois de anos de crescimento do fascismo como forma de enxergar a vida e a política no país. O dirigente enxerga que essa reconstrução também será necessária no local de trabalho, para reorganizar a atuação sindical.
"Essa conferência e as outras que virão serão importantes para debater essa reorganização no local de trabalho e evitar que a categoria perca espaço nessa organização pois quando isso acontece são os setores mais perseguidos que sofrem mais, seja na desigualdade de salário, seja na desigualdade social”, alertou Loricardo.
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