Atualmente, o benefício faz parte das convenções coletivas dos trabalhadores
Até o primeiro semestre de 2009, 35 empresas devem pagar R$ 70 milhões em PLR aos trabalhadores do parque de Manaus.
Aproximadamente 70 mil trabalhadores do Pólo Industrial de Manaus (PIM) deverão receber - até abril do próximo ano - um montante estimado em R$ 70 milhões, referentes ao pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do ano de 2008. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, 35 empresas do pólo já estão programando o pagamento do benefício, que deve girar em torno de R$ 1 mil para cada trabalhador.
Na comparação com o ano anterior, que somou um pagamento de R$ 60 milhões a 60 mil funcionários, o sindicato deve alcançar uma ampliação de, pelo menos, 16,6% do benefício. "Estamos conseguindo a cada ano elevar a PLR a um número cada vez maior de trabalhadores do Distrito Industrial de Manaus", disse o secretário do Sindicato dos Metalúrgicos, Sidnei Malaquias.
Segundo o sindicalista, as 35 empresas que já fecharam o acordo são as grandes fabricantes multinacionais. Já as indústrias que empregam um número menor de funcionários ou estão com suas bases recentemente instaladas alegam a impossibilidade para a concessão do benefício aos seus contratados.
As empresas responsáveis pelo maior número de trabalhadores que estão na lista para receber a PLR são do setor de duas rodas do PIM. Somente a fabricante Moto Honda deverá efetuar o pagamento para aproximadamente 10 mil funcionários. Já os outros 60 mil trabalhadores estão distribuídos entre os setores de eletroeletrônico e metalurgia, que também reúnem grandes nomes do mercado nacional e internacional.
Até o ano passado, a única entre as gigantes que não concedia o benefício era a Semp Toshiba. Depois de uma manifestação dentro das suas linhas de produção, a empresa decidiu conceder a PLR aos seus 2,5 mil funcionários. "O interessante que os próprios trabalhadores conseguiram negociar com os patrões a questão. Hoje, a Semp Toshiba já está na programação do Sindicato para o pagamento", frisou Malaquias.
Cronograma
O Sindicato dos Metalúrgicos ainda não divulgou nenhum calendário oficial para os pagamentos. Algumas empresas ainda estão decidindo a melhor forma e data. Conforme explicou Malaquias, os empresários podem optar por duas formas: o pagamento integral do percentual estabelecido ou dividir o valor em duas vezes, nunca mais que isso.
No caso de pagamento parcelado, a empresa deverá fazer o pagamento de uma das parcelas até dezembro, podendo deixar a outra para até abril do próximo ano. Vale destacar que segunda parte recebe sempre alguns descontos, que dependerão do desempenho do funcionário.
Se um trabalhador tiver direito, por exemplo, a um valor de R$ 1,5 mil, a primeira parcela poderá ser de R$ 800. A segunda, que deveria ser de R$ 700, poderá sofrer alguns abatimentos, como faltas não justificadas ou o não cumprimento de uma meta produtiva.
"É uma forma de estimular o funcionário que receberá o benefício", explicou o secretário do sindicato. "De qualquer forma, amarramos uma parcela mínima, caso o trabalhador não consiga atingir sua meta", concluiu.
Benefício
Embora a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) esteja prevista na Lei nº 10.101, ainda gera muita dúvida quanto à aplicação no meio empresarial.
Vale esclarecer que a PLR é uma forma de partilhar uma parte dos lucros obtidos pela empresa com os seus funcionários. A parcela é previamente definida. O normal é variar entre 5 e 15% do lucro líquido da empresa como benefício aos trabalhadores.
Quando bem implantada, a PLR pode resultar em um acréscimo de motivação que conduz os colaboradores a um maior comprometimento, o que geraria uma melhor produtividade. Hoje, o benefício já faz fazer parte da convenção coletiva de trabalhadores locais de diversas categorias.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas