Escrito por: Redação CNM/CUT
Depois de reuniões com o Ministro Paulo Teixeira, metalúrgicos foram chamados pelo governo a participar dos debates e defender o papel da indústria nacional na produção de máquinas e equipamentos para o setor
Os metalúrgicos da CUT estiveram presentes na quinta e última etapa da série de seminários promovidos pelo governo federal abordando as máquinas usadas para a agricultura familiar no país. Nos dias 4 e 5 de dezembro, em Manaus (AM), foi realizado o último Seminário de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura Familiar da Região Norte.
A série de seminários é promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). As quatro etapas anteriores foram realizadas em Brasília (DF), Mossoró (RN) e São Paulo (SP), e Curitiba (PR). Em 2025, deve ser realizado um seminário nacional sobre o tema em Brasília.
O presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, esteve em Manaus. Ele recorda que a entidade participou dos seminários após cobrar o Ministério do Desenvolvimento Agrário, durante encontro com o ministro Paulo Teixeira, em Brasília, para que fosse valorizado o conteúdo local a fim de evitar a importação de máquinas agrícolas chinesas para a agricultura familiar. O foco na importação seria prejudicial para a indústria nacional, diminuindo o emprego de mão de obra brasileira qualificada, já que o país possuí capacidade para produzir esses tipos de equipamentos.
“Temos que dar oportunidade para os trabalhadores aqui no Brasil poderem fabricar máquinas para a agricultura familiar e nós temos expertise para isso”, afirma o dirigente.
O sindicalista contou que foi proposto a formação de uma incubadora industrial em Manaus, onde possa trabalhar as pequenas produções artesanais da região para que tenham possibilidade de fazer produção em série. Além disso, foi proposta a criação de feiras de agricultores para exibição dessas máquinas aos interessados.
“A discussão sobre a mecanização da agricultura familiar também passa pela discussão sobre o trabalho manual dos companheiros e companheiras em cada região, pois nós temos realidades bem diferentes em cada lugar, ainda com muita desigualdade. Existem diferenças significativas entre grandes, pequenas e médias metalúrgicas pelo país. Estamos pleiteando e após os seminários seremos incluídos em um grupo de trabalho com participação de trabalhadores, governo e Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), para que avaliem as propostas tiradas de cada encontro regional, para trabalhar as demandas de formação profissional, conteúdo local, acordos e convenções coletivas”, disse Loricardo.
A primeira vice-presidenta da CNM/CUT, Catia Maria Braga Cheve, que é dirigente sindical em Manaus, destacou a valorização da inclusão produtiva dos povos originários da região amazônica nos debates do seminário.
“O evento serviu como uma plataforma de debates técnicos e oficinas práticas, além de traçar ações para continuar impulsionando a mecanização sustentável na região Norte,considerando essencial para a inclusão produtiva de povos indígenas e comunidades tradicionais. Assim, os metalúrgicos reforçam a importância da mecanização acessível para a melhoria das condições de trabalho e produção no campo, destacando o papel da indústria nacional nesse processo”, ressaltou a dirigente.
Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, defendeu que é necessário investir em tecnologia para desenvolver a região e observar as características locais.
“Todo dia nós temos cerca de 170 mil pessoas aqui sendo transportadas por barco. Estamos trazendo junto com a CNM/CUT a discussão do setor naval aqui para a Amazônia, pois o assunto só era debatido em outros estados. O pescador também é uma espécie de agricultor”, afirmou o sindicalista.