Escrito por: CNM CUT

Mercado brasileiro: Wilson, Sons e Magallanes formam parceria no País

Baião, da Wilson, Sons: "Até o fim de 2009 teremos uma só estrutura"

A concorrência no mercado brasileiro de construção e operação de navios mais sofisticados de apoio às plataformas de petróleo e gás está se acirrando. A Wilson, Sons e a Magallanes Navegação Brasileira, controlada pelo grupo chileno Ultratug, uniram forças na área offshore e têm planos de crescer no Brasil no segmento de embarcações maiores, conhecidas como AHTS, que entre outras funções transportam âncoras de plataformas.

As empresas estão formando uma joint venture, a Wilson, Sons Ultratug Offshore. "Até o fim de 2009 teremos uma só estrutura", disse o diretor-superintendente da Wilson, Sons, Cezar Baião. O acordo prevê a junção das operações offshore no Brasil da Wilson, Sons e da Magallanes Navegação Brasileira, cada uma com 50%. A parceria terá como ativos as embarcações das duas empresas em operação e em construção e os contratos de afretamento desses navios.

Nesse setor, desenvolveu-se um modelo de negócio segundo o qual a Petrobras contrata a construção e o afretamento de navios offshore por um período de oito anos. O armador recebe uma taxa diária pelo serviço prestado. Baião disse que um dos motivos que levaram a Wilson, Sons a fazer a parceria com a Magallanes foi o fato de o grupo chileno que controla a empresa ter experiência na administração e operação de AHTS.

"A Wilson, Sons entrou no mercado offshore com PSVs (navios menores) e pensamos em dar o pulo para os AHTS. Daí a importância da parceria com a Magallanes", afirmou Baião. A joint venture nasce com uma carteira de 12 navios, dos quais seis já estão prontos e em operação e seis em construção. São meia dúzia de PSVs em fase de montagem no estaleiro da Wilson, Sons no Guarujá (SP) ao custo unitário médio de US$ 30 milhões, o que soma US$ 180 milhões em investimentos. No mercado offshore, a Wilson, Sons é verticalizada pois atua como armador e também como construtor.

Baião estima que até 2015 a frota da nova empresa poderá duplicar, colocando a parceria na segunda ou terceira posição do ranking em termos de números de barcos por armador. Hoje Wilson mais Magallanes ocupa o 11º lugar nesse ranking. Uma das vias de crescimento serão as licitações da Petrobras.

Atualmente há uma licitação em curso para contratar 24 navios offshore. A Wilson, Sons classificou-se para disputar os PSVs de 3 mil e de 4,5 mil toneladas por meio de uma de suas controladas, a Saveiros Camuyrano, mas a Petrobras abriu renegociação de preços com as empresas classificadas, que ainda está em curso.

Federico Irrgang, presidente da Magallanes Navegação Brasileira, disse que a parceria com a Wilson, Sons buscará contratos não só com a Petrobras mas também com outros operadores, além de explorar o mercado "spot". Segundo o executivo, o grupo Ultratug estabeleceu a Magallanes em 2004, com escritório no Rio, para explorar o mercado offshore. O grupo chileno já operava um navio tipo AHTS no Nordeste, o qual continua a trabalhar. Depois de se instalar, a Magallanes ganhou licitação para construir e operar quatro navios para a Petrobras e encomendou as embarcações ao estaleiro da Wilson,Sons.

Hoje a Wilson, Sons Ultratug Offshore batiza, no Centro Cultural da Marinha, no Rio, a primeira embarcação da joint venture, o PSV Petrel. Baião, da Wilson, Sons, disse que em até dois meses devem sair as licenças ambientais para a duplicação da capacidade de produção do estaleiro do Guarujá. A ampliação deverá estar pronta em 18 meses após a concessão das licenças. Segundo ele, o estaleiro a ser construído pelo grupo em Rio Grande (RS) também atenderá a demanda futura por navios offshore.

Fonte: Valor