Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) encerrou, na manhã desta quinta-feira (13), o seu Seminário de Planejamento, realizado ao longo de três dias na cidade de Itanhaém
A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP) encerrou, na manhã desta quinta-feira (13), o seu Seminário de Planejamento, realizado ao longo de três dias na cidade de Itanhaém. O encontro reuniu presidentes, secretários-gerais, tesoureiros e dirigentes dos 13 sindicatos filiados para avaliar a Campanha Salarial 2025, aprofundar o debate sobre o novo perfil patronal e a conjuntura política, e definir os rumos estratégicos do ramo para 2026, ano que exigirá forte mobilização e organização devido ao cenário político e às movimentações da FIESP sob nova direção.
O último dia de atividades foi dedicado a consolidar e aprovar o que foi discutido e deliberado. A tônica central foi clara: 2026 será um ano de mobilização intensa, com necessidade de articulação política, diálogo com a base e disposição para enfrentar um ambiente patronal hostil, especialmente nos setores que não fecham convenção há anos.
A FEM-CUT/SP está autorizada a antecipar as negociações nos grupos que demonstrarem disposição, mas sem abrir mão de mobilizar a base, garantindo unidade e fôlego para pressionar os setores mais inflexíveis. O presidente da FEM-CUT/SP, Erick Silva, destacou que o seminário reforçou a relevância da unidade construída no ramo:
“Se tem uma coisa que este encontro mostrou é que ninguém enfrenta a FIESP, a conjuntura ou o ano eleitoral de forma isolada. A nossa força está na organização, na coerência com as decisões coletivas e na capacidade de mobilizar a categoria. 2026 vai exigir coragem e presença na nas fábricas e nas ruas, e nós estamos preparados para isso.”
O secretário-geral da FEM-CUT/SP, Max Pinho, avaliou que os dirigentes saem do seminário com clareza sobre o desafio e alinhados sobre o método:
“Nós encerramos estes três dias com decisões concretas: calendário definido, horizonte político claro e compromisso de todas e todos com a mobilização desde a entrega de pauta. Coerência, dados e unidade guiaram as negociações de 2025 e vão guiar 2026. Esse seminário mostrou maturidade e capacidade de planejamento.”
O encerramento também contou com agradecimento especial ao trabalho de toda equipe técnica e da assessoria da FEM-CUT/SP e da Colônia de Férias, pelo apoio à estrutura, às
refeições e o acolhimento dos participantes.
Retomada dos debates dos dias anteriores
O seminário começou na terça-feira à tarde com uma recepção na Colônia da FEM-CUT/SP, depois seguiu para a atividade de abertura, com o painel do DIEESE, com o economista Fernando Lima, sobre o tarifaço, contextualizando impactos econômicos e projeções que influenciam diretamente as mesas de negociação.
Em seguida, a vice-presidenta da CUT-SP e presidenta do Instituto Lula, Ivone Silva, presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans, e a presidenta do Sindicato dos Metalúrgicos de Matão, Edna, participaram de um amplo debate sobre conjuntura, modelos de CCT e ACT e os desafios para as negociações coletivas diante do possível ambiente patronal mais agressivo.
Na quarta-feira, os grupos de trabalho discutiram o papel da FIESP e sua influência direta nas estratégias patronais para 2026. A avaliação ajudou a preparar o terreno para definições de curto e médio prazo. O DIEESE também apresentou um painel sobre a evolução das convenções coletivas, atualizando dados e tendências que embasam a estratégia da Federação.
Compromissos aprovados
Ao final, os dirigentes deliberaram coletivamente:
● Antecipar, onde for possível, as negociações com grupos patronais que estejam dispostos.
● Aprovar o calendário de 2026 entre janeiro e fevereiro, garantindo que todo o ano esteja voltado à mobilização.
● Fortalecer a Comissão de Negociação Permanente das Cláusulas Sociais, com foco em previdência, saúde, segurança, política de cuidados, crises climáticas e etc.
● Organizar mobilizações já a partir da aprovação das pautas nas bases,
especialmente nos grupos que não fecharem negociações antecipadas.
● Enfrentar politicamente a FIESP, construindo ações conjuntas.
● Preparar o ramo para o cenário eleitoral de 2026, reforçando a defesa dos direitos trabalhistas e da democracia.