Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Com presidente Lula, sindicalistas participaram da inauguração da nova sede da Anfavea na capital paulista
Junto ao presidente Lula, os Metalúrgicos do ABC (SP) participaram na última sexta-feira, dia 12, da inauguração da nova sede da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) na capital paulista, que anunciou um ciclo de investimentos de R$ 125 bilhões ao setor. Lula atribuiu a boa notícia à restaurada confiança das montadoras no país.
“A indústria passou a ter confiança e acreditar no Brasil, a ter segurança jurídica, estabilidade econômica e social porque é tudo o que interessa para quem quer investir, para quem quer trabalhar. Tenho certeza que você vai ter uma convivência com o Moisés da mais alta performance porque ele é sincero, é honesto, e vai dizer sim quando precisar dizer sim, vai dizer não quando precisar dizer não, com a mesma fineza, e você tem que agir com ele da mesma forma”, disse Lula ao presidente da Anfavea, Mário de Lima Leite, ao se referir a Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Lula citou ainda a capacidade de negociação dos trabalhadores da categoria metalúrgica. “A forma de organização deles é a melhor do mundo. Na base dos Metalúrgicos do ABC, o trabalhador só pode ser diretor do Sindicato se for eleito no chão da fábrica. Se ele não passar pela fábrica, ele não será eleito a nada”.
Futuro
Já em sua fala, Moisés afirmou que a Anfavea sempre foi protagonista e, agora, o Sindicato quer chamar atenção da Associação para o futuro. “Precisamos criar demandas, encher as fábricas e preencher a capacidade instalada aqui no país. E, para isso, é necessário crédito e um mix compatível com o nosso mercado interno. Precisamos subir progressivamente o nível de produção atual para cinco milhões de unidades, levar o Brasil da oitava para a sexta posição no ranking de fabricante de veículos”.
“O Mover, por exemplo, é um programa necessário, mas não é suficiente, pode e deve ser mais ousado para ir além da pesquisa, desenvolvimento e considerar também metas de produção, vendas internas e exportações”, disse Moisés. “A relação com os trabalhadores, com o movimento sindical é importantíssima e fundamental. A negociação coletiva e o diálogo têm que ser permanentes”.
Articulação
O diretor Administrativo dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, lembrou que grande parte desse investimento decorre de negociação entre sindicatos e montadoras. “O Sindicato vem fazendo um trabalho muito forte junto ao governo federal para novamente voltar às políticas industriais que gerem desenvolvimento, produção e emprego. É importante que o Brasil retome o protagonismo, inclusive na atração de investimentos para que possamos melhorar a condição de vida e renda dos trabalhadores e trabalhadoras”.
O presidente da Industriall-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, reforçou a importância do governo federal nesta discussão porque o setor automotivo tem cadeias muito grandes de produção. “Não é só o emprego direto na montadora, nas autopeças, mas em outros setores da economia. O anúncio dos investimentos aponta que o Brasil tem de volta uma política industrial não só olhando para esse segmento, mas para toda a indústria de forma geral”.