Escrito por: Redação CNM/CUT
Secretário de Relações Internacionais da Confederação participou do congresso da União Obreira Metalúrgica (UOM), maior sindicato da categoria no país vizinho
Aumento no desemprego, corte nos programas sociais, aumento da pobreza, redução de salários, aumento explosivo no preço de produtos e serviços. Medidas de arrocho nas quais o povo argentino sofre com o presidente ultra libertário Javier Milei e que os trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos portenhos não passam indiferentes.
O impacto das medidas do governo nos direitos dos trabalhadores foi a pauta principal do congresso do maior sindicato metalúrgico local, a União Obreira Metalúrgica (UOM), realizado de 16 a 18 de abril, em Mar Del Plata. Cerca de 300 delegados estiveram presentes no evento.
O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel Vasconcelos, esteve em Mar Del Plata acompanhando os debates dos companheiros e companheiras argentinos e estreitando laços de solidariedade. “Lá, por exemplo, o governo central está deixando a administração de várias questões para os governos das províncias, nos estados. Assim, eles se isentam de administrar a saúde, a educação, o transporte público, a água, os remédios. Toda essa situação traz um cenário muito ruim para a população argentina”, conta o dirigente cutista.
Segundo Maicon, uma das maiores preocupações da categoria na Argentina é o valor dos salários, que foi achatado no novo governo. “Em governos anteriores, o salário de um trabalhador da siderurgia, por exemplo, chegava a 2300 dólares, e hoje ele não passa de 600 dólares”.
Nos debates do Congresso, os trabalhadores falaram também sobre a articulação da extrema direita mundial que observa a América Latina de olho nos recursos naturais do continente.
“É uma visão neocolonial dos nossos recursos, vinda de alguns governos e empresários, que querem tirar esse recurso daqui sem a devida contrapartida social aos trabalhadores e a quem vive nesses locais. Por isso falamos sobre a necessidade de articular a classe trabalhadora para resistir a esse ataque e avançar na defesa de direitos sociais, representatividade no chão de fábrica, organização no local de trabalho e também articular uma ação regional do movimento sindical para um desenvolvimento industrial que defenda a soberania dos países contra os grandes capitalistas mundiais”, disse Maicon.
Por fim, os metalúrgicos e metalúrgicas do UOM anunciaram que pretendem construir um centro de formação político, para disputar a batalha ideológica no país a partir da formação sindical.
“Você tem uma parte da classe trabalhadora que muitas vezes não tem a percepção do que está em jogo nas ideias do momento, por conta das mentiras contadas pela extrema direita, potencializadas pelas mídias sociais e por grandes grupos midiáticos, e isso precisa ser combatido da mesma forma. Eles estão fazendo um centro de formação onde todos os trabalhadores, os delegados sindicais e os diretores do sindicato, os secretários, estarão envolvidos nesse processo formativo para resgatar e aprofundar qual é o papel do sindicalismo na transformação social da Argentina, garantindo Justiça e a distribuição dos benefícios dos avanços tecnológicos para as trabalhadoras e trabalhadores do país”, finaliza o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT.
Galeria de fotos da visita de Maicon ao Congresso da UOM, na Argentina