Pesquisadora da Fundacentro alerta sobre essa nova tecnologia de produção e os riscos para a saúde dos trabalhadores dos diversos setores, inclusive metalúrgicos
Arline Sydnéia, pesquisadora da Fundacentro, fundação vinculada ao Ministério do Trabalho, falou na II Conferência Nacional de Saúde da CNM/CUT, dia 31, que é preciso estar alerta para os "graves" riscos que essa nova tecnologia de produção poderá trazer para a saúde do trabalhador.
"As nano partículas são partículas muito pequenas que podem ser aspiradas e ir diretamente para o cérebro através do nervo olfativo, podem entrar pela pele e cair na corrente sanguínea. É preciso estar muito bem preparado com medidas preventivas para evitar os riscos da nano intoxicação. É necessário criar barreira para que as nano partículas, geradas na produção do grafeno, não afetem a saúde do trabalhador", alertou a pesquisadora
A nanotecnologia está sendo empregada na produção de materiais flexíveis e de alta resistência, como celulares, teclados de computador, TVs , e também em produtos para uso na medicina, odontologia, indústria alimentícia e agrícola. Mas em breve vai fazer parte da indústria automotiva, com a utilização dos derivados do carbono, os carbonetos. "Daqui a alguns anos vamos trabalhar mais com o carbono ( que usa a nanotecnologia), pois é mais leve, resistente e pode ser fabricado pelo homem e deixar de trabalhar com o metal, que é extraído da natureza",disse Arline.
Atualmente no Brasil, cerca de 150 empresas utilizam a tecnologia na fabricação de seus produtos, mas segundo a pesquisadora da Fundacentro, ainda não é possível saber exatamente a quantidade dessas empresas, pois falta informação para que o Ministério do Trabalho qualifique esse tipo de atividade.
O secretário de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Mauro Soares e a dirigente do ABC e da CNM/CUT, Cícera Michele acompanharam os trabalhos na mesa sobre o tema da Nanotecnologia.
Imprensa CNM/CUT
