Escrito por: CNM CUT

Oito montadoras de veículos suspendem produção no país por causa da pandemia

Mais quatro montadoras anunciam paralisação da produção em todas as suas unidades do país, ampliando para oito o total de fábricas com atividades suspensas por causa do agravamento da pandemia de Covid-19

Crédito: Divulgação/ ToyotaImagem da produção da ToyotaImagem da produção da Toyota

As montadoras japonesas Toyota e Nissan, a francesa Renault  e a alemã Volkswagen Caminhões (VWCO) foram as quatro últimas montadoras a aderirem à suspensão de atividades de suas produções diante do agravamento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já matou mais de 300 mil pessoas no Brasil. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (25).

Com isso, chega a oito o número de montadoras instaladas no pais que paralisaram suas atividades, afetando cerca de 45 mil trabalhadores e trabalhadoras, que deixarão de exercer suas atividades presencialmente.

Desde a semana passada, anunciaram a suspensão da produção a Volkswagen (quatro unidades) e as fabricantes de caminhões Mercedes Benz (duas unidades ) e Scania  (uma unidade). Também já havia anunciado a interrupção das atividades a General Motors.

A Volvo que possui apenas uma fábrica no Brasil, em Curitiba (Paraná), reduziu a produção em 70% e colocou parte do pessoal em casa. A empresa sueca possui em torno de 3,7 mil funcionários, sendo que  quase 1,5 mil deles, dos setores administrativos, já estão trabalhando em regime de home office.

As empresas afirmam que a suspensão das atividades foi negociada junto aos sindicatos dos trabalhadores da categoria, e que seguirão as normas e medidas das autoridades municipais e estaduais para contribuir com o isolamento social, em um momento no qual o número de casos de contaminação cresce e os hospitais estão lotados.

A decisão da Volks foi tomada em conjunto com os sindicatos locais, em reunião realizada na semana passada entre a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), que reforçou a necessidade urgente de paralisação das fábricas devido ao avanço da pandemia, que só no ABC Paulista já matou mais de 5 mil pessoas.

Leia Mais: Volks suspende produção e sindicato luta por paralisação total contra Covid

A Renault vai interromper as atividades na fábrica de São José dos Pinhais (PR) e os trabalhadores das áreas administrativas seguem em home office.

A Toyota informou que as suas quatro fábricas localizadas em São Bernardo do Campo, Indaiatuba, Sorocaba e Porto Feliz, todas em São Paulo, por até 10 dias corridos, com início a partir de segunda-feira (29). As atividades serão retomadas no dia 6 de abril em Indaiatuba e no dia 5 nas demais unidades. A Toyota tem 5,6 mil trabalhadores no Brasil.

Em nota a montadora diz que “a medida tem como objetivo contribuir com a redução da circulação de pessoas no momento mais crítico da pandemia no país, além de atender a antecipação de feriados por parte de autoridades em algumas dessas regiões”.

A Nissan, com fábrica em Resende (RJ) fará uma paralisação mais longa, de 15 dias, com início já a partir desta sexta (26). Em nota, a Nissan informou que decidiu adotar férias coletivas no período de 26 de março a 9 de abril, retomando a produção no dia 12.

Segundo a empresa, a medida tem como objetivo “garantir a segurança de seus funcionários como parte do esforço de reduzir o impacto da pandemia, adaptar a empresa ao cenário atual dos desafios enfrentados pelo setor automotivo e garantir a continuidade do negócio”.

Na Volkswagen Caminhões (VWCO) a suspensão da produção começa a partir de segunda (29) e vai até 4 de abril. A medida afeta 3,5 mil trabalhadores, exceto os que trabalham em serviços de manutenção. A VWCO diz que além da pandemia, enfrenta situação crítica de desabastecimento de peças.

Confira como está a produção nas demais montadoras instaladas no Brasil. As informações são do site Automotive Business

BMW: a empresa informou que a fábrica de Araquari (SC) realocará sua produção do dia 1º de abril (quinta-feira) para sábado (24/04) em função do atraso logístico causado por conta do mau tempo. Assim, a fábrica vai ficar fechada entre os dias 1 e 5 de abril (contando os feriados de Sexta-feira Santa, 2 de abril, e do aniversário de Araquari, 5 de abril). O retorno à produção acontece no dia 6 de abril.

DAF: a empresa respondeu que “não vai se posicionar sobre o assunto”.

General Motors: A fábrica de Gravataí (RS) está parada por falta de insumos (semicondutores). As unidades de Joinville (SC), São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo,  seguem trabalhando normalmente

Grupo Caoa: A fábrica de Jacareí (SP), onde são montados alguns modelos da Caoa Chery, não tem previsão de suspender suas atividades. A empresa informou que a unidade não enfrenta falta de peças e segue acompanhando as recomendações e medidas dos órgãos públicos em relação à pandemia de Covid-19.

Já a fábrica de Anápolis (GO), que produz veículos da Hyundai e da Caoa Chery não enviou resposta até o momento. A empresa informou que a unidade não enfrenta falta de peças e segue acompanhando as recomendações e medidas dos órgãos públicos em relação à pandemia de Covid-19.

Grupo Stellantis: Todas as fábricas do grupo (Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën) ns cidades de Porto Real (RJ), Betim (MG) e Goiana (PE) seguem produzindo.

Honda: a empresa, que possui fábricas em Sumaré e Itirapina – ambas no interior de São Paulo – não respondeu ao site.

Jaguar Land Rover: a fábrica de Itatiaia (RJ) segue operando normalmente,. Os responsáveis pela planta informaram que monitoram a evolução da pandemia

Mitsubishi: A produção na fábrica de Catalão (GO) segue normal.

*Matéria publicada no site da CUT, com informações do O Estado de São Paulo Automotive Business