Escrito por: CNM CUT

Recorde de vendas no setor auto faz montadoras trabalharem a todo vapor

O Mercado na primeira quinzena de fevereiro cresceu 28% sobre igual período de 2006. As vendas da indústria automobilística não param de surpreender. Números contabilizados pela Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave) na primeira quinzena de fevereiro apontam crescimento de 28% na comercialização de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em comparação ao mesmo período de 2006. Foram vendidas 91,7 mil unidades contra as 71,6 mil veículos no ano passado.

Os números apurados pela Fenabrave confirmam o que se verifica no cotidiano das concessionárias de todo o País. Primeiro aquecimento forte desde a chegada das newcommers, em 2000, algumas marcas já têm encomendas garantindo 40 dias de produção. 'Se a Fiat faturasse hoje todas as vendas que temos agora, a produção de março estaria praticamente garantida', afirma Edmo Pinheiro, presidente da Associação Brasileira dos Concessinários Fiat (Abracaf). De acordo com Pinheiro, até dois meses atrás as concessionárias da marca conseguiam atender a demanda com a produção mensal.

'Atualmente, nossos estoques estão na faixa de dez dias', afirma o revendedor, para quem já existe espera até 40 dias por determinados modelos. 'Até bem pouco tempo atrás conseguíamos entregar o carro no ato da compra. Isto está cada vez mais raro e o prazo de entrega está se estendendo cada vez mais'. Segundo Pinheiro, todos os carros da Fiat estão com forte procura.

Para a rede de concessionárias da Fiat, a produção só estará mais estabilizada com a demanda entre abril e maio, quando estará mais ajustada a produção do terceiro turno que a montadora iniciou no final de janeiro na sua fábrica de Betim. 'Com esta loucura, estamos perdendo vendas por falta de produtos'. A Fiat tem 420 pontos de venda em todo o País.

A demanda é forte também nas revendas Chevrolet. Para o presidente da Associação Brasileiras dos Concessionários Chevrolet (Abrac), Pedro Selene, metade da produção de março já está garantida por vendas antecipadas. 'O mercado está muito aquecido como um todo, não só em carros e comerciais leves, mas também em caminhões e ônibus', afirmou o presidente, que é proprietário de revenda em Curitiba.

'Com certeza estamos no melhor momento de vendas na indústria, o que projeta uma venda recorde para este ano acima de 2,1 milhões de unidades', acredita o presidente da Abrac. De acordo com ele, a GM vai aumentar a produção mensal de 32 mil para 40 mil carros em março para tentar se ajustar à forte demanda. 'Com o ajuste da produção, poderemos ter uma idéia mais clara de como o mercado se comportará este ano. Mas já dá para dizer que a tendência é de alta o ano inteiro', acredita. A GM tem uma rede de 430 concessionárias em todo o País.

Sócio-proprietário da revenda Green, da Volkswagen, Mauro Saddi, diz que a forte concorrência impede a cobrança generalizada de ágio. 'Alguns modelos localizados, como importados e populares recém-lançados, sofrem algum sobrepreço. Mas não é a regra geral do mercado', acredita. Na rede Volkswagen, ele disse que o Polo voltou a ser um dos mais vendidos da marca, depois de sua reestilização. 'A demanda está forte em todos os veículos, sendo cada vez mais necessária a venda programada, com o carro ainda na linha de produção', afirma.

Aumento de produção

Para atender a grande demanda do mercado, a Fiat já elevou a produção diária em Betim (MG), de 2.200 para 2.500 carros e desde o início deste mês está com 1/3 da sua fábrica trabalhando em três turnos.

A General Motors, informou que até o final deste ano elevará a capacidade anual de produção da fábrica de Gravataí (RS), de 130 mil para 180 mil carros para acelerar a produção do Prisma, modelo que tem até 60 dias de prazo para entrega. Já a Volkswagen fez pedido adicional de 2 mil unidades para o Jetta e o New Beetle - que são produzidos no México -, pois a demanda está acima do planejado pela empresa.

Fonte: Gazeta Mercantil