Escrito por: CNM CUT
Dando sequência à mobilização da Campanha Salarial, os metalúrgicos na Gerdau de Sapucaia do Sul (base de São Leopoldo/RS) cruzaram os braços na manhã desta sexta-feira (18). Além de reivindicar reajuste salarial, eles também protestaram contra a falta de segurança no trabalho na empresa, manifestando sua solidariedade aos metalúrgicos de Ouro Branco (MG), onde na última terça ocorreu mais um acidente com duas vítimas fatais e vários feridos em estado grave (leia aqui). No protesto, foi exibida faixa do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Gerdau.
A data-base da categoria naquela região do estado gaúcho é 1º de julho, mas as negociações pouco avançaram. Por isso, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo propôs a mobilização com paralisações de uma hora nas empresas. Ontem foi a vez dos trabalhadores na Freios Controil.
Além da renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho, os 19 mil metalúrgicos reivindicam reajuste salarial de 4%.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, Valmir Lodi, apesar da campanha ser mais complicada, os trabalhadores estão aderindo a greve. “Os metalúrgicos estão fortalecendo as ações do Sindicato, participando das assembleias e greves. A categoria está mais unida e não vai aceitar retrocessos nos direitos conquistados com muita luta”, destacou.
Ainda segundo Lodi, foram realizadas três rodadas de negociação, mas a bancada patronal não marcou novas reuniões e por isso estão previstas greves em outras empresas metalúrgicas na região. “A paralisação é um direito do trabalhador e não vamos ser acuados. A desculpa dos patrões é que o país está em crise econômica e política. Porém, não vamos pagar a conta do golpe”, afirmou.
Já para o secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo Oliveira, o cenário de São Leopoldo é semelhante ao das demais regiões do país. “O discurso é o mesmo de norte a sul do Brasil. A bancada patronal afirma que a produção está em baixa e a crise política tem reflexo no chão de fábrica. Vale lembrar que essa crise foi criada por eles para impor a sua agenda. E o que vemos é um atentado aos direitos da classe trabalhadora com a reforma trabalhista e a tentativa de impor a reforma da Previdência”, disse.
Acidente
No protesto, o coordenador nacional da Rede Sindical dos Trabalhadores na Gerdau, Anderson Gauer (Sorriso), lembrou da série de acidentes na usina da empresa em Ouro Branco: "Em menos de um ano, nove trabalhadores morreram na unidade de Ouro Branco, o que deixa cada vez mais claro que as empresas efetivamente só se preocupam com o lucro e, para elas, a vida dos trabalhadores não vale nada. Não podemos e não vamos permitir que isso continue acontecendo".
(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)