Escrito por: CNM CUT

Sapucaia do Sul (RS): greve na Gerdau protesta contra fim do adicional de insalubridade

Crédito: Renata MachadoGreve foi aprovada em assembleiaGreve de 24 horas foi aprovada em assembleia pela manhã

Os metalúrgicos na Gerdau de Sapucaia do Sul (RS) cruzaram os braços nesta quinta-feira (5) após a empresa anunciar que, a partir de 1º de janeiro, deixaria de pagar adicionais de insalubridade e periculosidade porque iria mudar o grau de risco em alguns setores daquela planta.

A Gerdau emprega 1.200 trabalhadores em Sapucaia do Sul (base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo). Ao comunicar a decisão de acabar com os adicionais, a empresa causou grande revolta nos metalúrgicos que decidiram deflagrar paralisação de 24 horas em assembleia conduzida pelo Sindicato. A greve foi suspensa no meio da tarde, quando a empresa recuou e se comprometeu a discutir o assunto com a direção sindical.

"Vocês já sabem o que está acontecendo e se a gente não reagir, com certeza em janeiro vão tirar mais direitos. Não será só a insalubridade", disse o presidente do Sindicato, Valmir Lodi, na assembleia. "Querem que a gente acredite que numa siderúrgica, que tem barulho excessivo e agentes nocivos, não tem mais insalubridade?", indagou.
"Isso aqui já é reflexo da reforma trabalhista, que entra em vigor no dia 11 de novembro. É isso que eles querem: tirar os nossos direitos e acabar com a nossa aposentadoria, já que a retirada da insalubridade afeta diretamente a nossa aposentadoria especial", alertou.

O coordenador do Comitê Sindical da Rede Gerdau no Brasil e dirigente do Sindicato, Anderson Macedo Gauer, reforçou que esta arbitrariedade ameaça a aposentadoria especial. "Estão tirando o nosso futuro", criticou ele, ressaltando a importância da união dos trabalhadores.

Já o secretário geral do Sindicato, Ademir Maia, lembrou que a constatação da insalubridade é uma compensação pelos danos causados à saúde do trabalhador.
Os sindicalistas lembraram ainda que a Gerdau desrespeita constantemente a Convenção Coletiva de Trabalho e que várias conquistas tiveram de ser garantidas na Justiça.
Acordo Internacional

Ao comentar nesta sexta-feira (6) a tentativa da empresa em retirar este direito, o coordenador da Rede Mundial de Trabalhadores na Gerdau, Loricardo de Oliveira, reforçou a importância de uma ação conjunta dos trabalhadores em todas as plantas no mundo, porque o ataque aos direitos e a precarização no trabalho é realidade na maioria das unidades. “Basta lembrar as 10 mortes em nove meses na usina de Ouro Branco, em Minas Gerais”, afirmou (leia mais aqui).

Loricardo, que também é secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), recordou ainda que o objetivo das entidades sindicais brasileiras e de outros países é conseguir firmar um Acordo Marco Global com a Gerdau e outras empresas siderúrgicas, que assegurem condições seguras e saudáveis de trabalho em todas as unidades. “Este assunto foi discutido no encontro mundial de trabalhadores em siderurgia, promovido pela federação internacional dos trabalhadores na indústria, a IndustriALL”, contou (leia aqui).  

(Fonte: Renata Machado - imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, com informações da CNM/CUT)