Escrito por: CNM CUT

Siderúrgicas ficarão prontas na hora certa, diz Vale

Projetos da mineradora foram concebidos para exportação, mas executivo diz que Brasil precisará de muito aço

Com projetos siderúrgicos planejados para entrar em operação até 2014, a Vale começa a comemorar o momento favorável para vender aço. O diretor diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da mineradora, José Carlos Martins, afirmou que os projetos ficarão prontos num momento em que o País vai precisar do produto como nunca. Só que os projetos foram concebidos para exportação. Uma mudança de cenário teria levado a Vale a mudar o foco?

Os projetos siderúrgicos com participação da Vale têm potencial para dobrar a exportação de aço do Brasil nos próximos quatro anos. Quatro usinas planejadas para entrar em operação até 2014 nos estados do Rio, Pará, Espírito Santo e Ceará produzirão, juntas, pelo menos 15,5 milhões de toneladas anuais da matéria-prima. A expansão de um dos projetos aumentará esta soma para 18,5 milhões de toneladas, volume que inicialmente planejado para o mercado externo, na mesma estratégia de negócio traçada para a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), inaugurada em junho do ano passado.

No ano passado, as importações brasileiras de aço mais que dobraram, mas a disparada das compras de aço no exterior não refletiram apenas falta de capacidade de atender a toda demanda. Os produtores queixam-se que o Real apreciado inviabiliza a competição com fornecedores asiáticos, sobretudo os chineses.

Pedra no sapato

A competição com a China, seja no aço, seja em qualquer outro produto, foi citada como desafio durante coletiva de imprensa com jornalistas que detalhou seu balanço financeiro. "É fácil comprar da China, e vender para eles também. Difícil é competir. É uma realidade com a qual temos que aprender a lidar", disse Martins.

A participação dos asiáticos na receita da companhia continuou correspondendo à metade das vendas, mas diminuiu um pouco. Mercados onde a demanda despencou, como a Europa, voltaram a se recuperar e aumentaram o percentual das vendas da mineradora. Em 2010, as vendas para Ásia representaram 52,2% da receita total, abaixo da participação de 55,6% em 2009.

Investimentos

A parcela de vendas para clientes nas Américas foi de 24,3%, em linha com os 25,4% em 2009. A receita proveniente de embarques para Europa dobrou, aumentando de 16,2% em 2009 para 19,0% sua participação, recuperando espaço perdido durante a recessão, e o resto do mundo contribuiu com 4,5%. Considerando as vendas por país, a China foi responsável por 32,3% de nossas receitas, Brasil 16,8%, Japão 10,9%, Alemanha 6,6%, Coréia do Sul 3,9% e os EUA 2,9%.

Em 2010, os investimentos da Vale alcançaram US$ 12,705 bilhões, dos quais US$ 8,239 bilhões foram alocados no desenvolvimento de projetos; US$ 1,136 bilhão em pesquisa e desenvolvimento, e US$ 3,330 bilhões na manutenção das operações existentes. Investimentos em responsabilidade social corporativa totalizaram US$ 1,136 bilhões sendo US$ 737 milhões destinados a proteção ambiental e US$ 399 milhões em projetos sociais. Além de siderurgia e logística, a Vale tem direcionado recursos para produção de fertilizantes, carvão, cobre, entre outros produtos.

A Vale triplicou o lucro e bateu novo recorde em resultado financeiro em 2010. A empresa informa que o ganho de R$ 30,1 bilhões é o maior de toda a história da mineração.

Fonte: iG