Mesmo com o crescimento do Polo Industrial, empresa demitiu 860 trabalhadores recentemente, afirmando se tratar de reestruturação interna e de ter problemas com vendas
O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas fez um acordo para defender os direitos dos 860 trabalhadores demitidos recentemente pela Philco, que tem fábrica no Pólo Industrial de Manaus, garantindo o que já estava na Convenção Coletiva da categoria e incluindo mais benefícios para os atingidos.
No acordo, foi acertada a manutenção do plano de saúde após a demissão, a oferta de cartão alimentação por tempo determinado, envio de cesta básica, além da priorização dos trabalhadores demitidos em caso de contratação futura à medida que as condições da empresa se estabilizem no campo fabril e comercial.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, a empresa avisou a entidade sobre as demissões, cumprindo o acordado em Convenção Coletiva. Algumas empresas da região se interessaram também pelos demitidos e recontrataram estes metalúrgicos e metalúrgicas.
"Houve o interesse de empresas dos setores de ar condicionado, TV e de microondas pelos demitidos. Outras empresas do mesmo segmento da Philco, que produzem TV, não demitiram e a Philco resolveu tomar essa decisão reclamando de baixas vendas", disse Valdemir.
O dirigente reforça que o caso da Philco é singular, já que o número de trabalhadores no Pólo Industrial é recorde no momento e, segundo consultorias de mercado, as vendas nos nos segmentos de ar-condicionado e microondas vêm crescendo, enquanto o de TV apresenta estabilidade.
"O polo industrial tem crescido: eram 96 mil funcionários em 2022 e hoje são 132 mil. O sindicato seguirá acompanhando de perto cada etapa do processo na Philco, atento aos rumos do Polo Industrial e cobrando que as políticas públicas e decisões econômicas priorizem quem move essa engrenagem: o trabalhador”, completou o dirigente.
* Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas e Folha de S.Paulo