Em negociação ocorrida na terça-feira (30) com a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), a bancada patronal do Grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos) não apresentou nenhuma nova contraproposta e manteve a oferta de reajuste de 6,35%, que corresponde apenas à reposição do INPC nos salários. A
Os representantes dos trabalhadores já havia rejeitado essa proposta na negociação anterior e ficaram irritados com a posição dos empresários. "Isso é uma falta de respeito com a nossa bancada. Muitos dirigentes vieram de longe para ouvir a mesma coisa”, afirmou o presidente da Federação, Valmir Marques da Silva, Biro-Biro, referindo-se aos representantes dos sindicatos de metalúrgicos de cidades do interior do estado.
A data-bae da categoria é 1º de setembro. Diante da posição do Gtrupo 3, que também é a mesma dos demais grupos patronais, Biro informou que o caminho agora é intensificar as paralisações em todos os segmentos nos próximos dias no Estado. “Já iniciamos este movimento com a Conlutas, Intersindical e também vamos falar com a Força Sindical. Se as bancadas patronais não apresentarem uma proposta salarial com aumento real decente, a nossa resposta será o silêncio das máquinas”, advertiu.
Onda pessimista e eleições
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, criticou a “onda pessimista” dos empresários e a tentativa de tirar proveito do cenário eleitoral. “Dilma está ganhando nas pesquisas, e eles não estão conformados com isso. Mas é o povo brasileiro quem quer a reeleição”, assinalou.
Marques disse entender que o setor de autopeças passe por algumas dificuldades, mas ressaltou que o segmento tem um potencial gigantesco. “O governo sancionou a Lei de Rastreabilidade do conteúdo nacional, que está beneficiando o setor e crescerá muito em 2015”, frisou, referindo-se a um dos aspectos do programa Inovar Auto.
Ações unificadas
Na próxima sexta-feira (3), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fará uma assembleia geral para discutir os rumos da Campanha Salarial e organizar os trabalhadores para as paralisações na base.
Referindo-se às ações conjuntas os metalúrgicos da Conlutas (São José dos Campos) e Intersindical (Campinas, Limeira e Santos), Rafael disse que a unidade “dá massa crítica e peso à luta dos metalúrgicos no estado”.
“Toda ação unificada é importante porque nos dá mais condições para manter o êxito que obtivemos nos últimos 12 anos destas Campanhas Salariais. Os aumentos reais têm sido instrumentos importantes de distribuição de renda. Não queremos interromper este ciclo. Tem muita margem para o salário dos trabalhadores continuar crescendo”, finalizou.
Crédito: DivulgaçãoProtesto na ZF de Sorocaba: exemplo do que aconteceu noDia Estadual de Lutas
Cerca de 2 mil metalúrgicos nas bases da FEM-CUT/SP, do Conlutas (São José dos Campos) e da Intersindical (Campinas e Limeira) aderiram ao Dia Estadual de Lutas com mobilizações e paralisações nas fábricas nesta terça-feira (30).
O objetivo foi pressionar os patrões a destravarem as negociações e avançarem na pauta de reivindicações dos trabalhadores que estão em Campanha Salarial. Esta decisão foi acertada em reunião com os presidentes das entidades, no último dia 26, e a estratégia foi iniciar os protestos e paralisações, primeiramente, no setor de autopeças.
Juntas, as três centrais representam cerca de 340 mil trabalhadores no Estado.
Greve por tempo indeterminado
Os sindicatos de metalúrgicos da base FEM-CUT, do Conlutas e da ntersindical também definiram que se até sexta-feira (3) as bancadas patronais não apresentarem uma proposta de reajuste salarial com aumento real que atenda à categoria metalúrgica, a partir de segunda-feira (6), as fábricas de todos os setores patronais vão parar.
(Fonte: FEM-CUT/SP)
