Escrito por: CNM CUT

Volta Redonda (RJ) - Sindicato recusa outra proposta do Metalsul

Empresários ofereceram aumento de 3,34%, referente ao INPC; próximo encontro acontece amanhã

O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (RJ) recusou na mesa, pela segunda vez, a proposta do reajuste salarial do MetalSul (Sindicato Patronal do Setor do Metal-mecânico). Os empresários ofereceram um aumento de 3,34%, o que equivale ao INPC (Índice Nacional do Preço ao Consumidor) pleno, referente a maio de 2005 a abril de 2006. Esta proposta vale a todas as empresas que o Metalsul representa, seja ela terceirizada da CSN ou não. Na primeira proposta, o MetalSul propôs um aumento de 3%, o que corresponde a 90% do INPC.

A segunda proposta foi apresentada ontem durante a terceira rodada de negociação entre os dois sindicatos. O próximo encontro acontece amanhã à tarde. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Petrônio Chicareli, afirmou que os trabalhadores 'querem aumento real'. Segundo ele, caso o MetalSul volte com a mesma proposta, o sindicato levará para assembléia, avisando que foi recusada na mesa de negociação.

'Queremos que tenha avanço na mesa. Mas, se isso não acontecer, vamos levar a proposta para os trabalhadores para que eles decidem se vai haver ou não greve', disse Petrônio.

O presidente da Comissão de Negociação do MetalSul, Gustavo Siqueira, afirmou que a comissão vai se reunir novamente para estudar a possibilidade de apresentar outra proposta de aumento. Mas ele voltou a dizer que não pode conceder o aumento que o sindicato dos trabalhadores pede: o INPC mais um aumento real de 5%. Assim, o acréscimo seria de 8,34%.

'Não podemos ser irresponsáveis. Claro que queremos dar um aumento de 10%, mas é inviável. Isso pode até causar demissões na empresas. Não podemos ser inconseqüentes', disse o presidente da Comissão do Metalsul, que não teme uma possível greve. 'A Greve é uma forma democrática. Mas o movimento não pode ter intuito político. Não queremos greve. Queremos uma negociação rápida e justa', disse. No ano passado, os trabalhadores das empreiteiras fizeram uma greve de 14 dias. 'Podemos realizar o mesmo movimento esta ano', disse Petrônio.

Além do reajuste, os dois sindicatos estão discutindo a proposta de piso salarial. Hoje, segundo Petrônio, apenas o profissional e o ajudante obtêm o salário mínimo. Para os mestres, segundo a proposta dos metalúrgicos, o piso seria de R$ 1,2 mil; aos técnicos, o piso passaria para R$ 1,5 mil; R$ 700,00 para os técnicos; e, para ajudante, o salário mínimo seria de R$ 500,00.


Trabalhadores da Flextronic ameaçam entrar em greve

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Siderlei Araújo, o Dibruço, que é responsável pelas empresas da região das Agulhas Negras, afirmou que se a direção de Recursos Humanos da Flextronic não apresentar uma proposta para a questão da PLR (Plano de Lucros e Resultados), fará uma paralisação de 24 horas na empresa.

Segundo Dibruço, a empresa teria prometido que pagaria R$ 1.250,00 de PLR, mas, até agora, teria sido quitado apenas R$ 250,00. 'A empresa queria pagar mais R$ 200,00 e não R$ 1 mil, como está faltando', disse ele.

Ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos fez uma assembléia em que os trabalhadores decidiram em optar pela paralisação. 'Depois da paralisação, se a empresa não nos chamar para negociar, vamos realizar uma greve por tempo indeterminado, tudo conforme a lei'.

Fonte: Diário do Vale