Escrito por: Redação CNM/CUT, com reportagem do Valor Econômico
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC acredita que setores possuem situação mais crítica em relação ao de veículos leves. CNM/CUT partilha de visão de dirigente
Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (29), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, sugeriu que o governo federal estenda os benefícios anunciados para a venda de carros de passeio a ônibus e caminhões. Segundo o dirigente, o mercado de ônibus e caminhões passa por momento mais crítico que o de veículos leves e mereceria um maior cuidado do governo.
Os questionamentos colocados por Selerges estão condizentes com a visão que a CNM/CUT tem do plano de incentivos feito pelo governo federal. Os metalúrgicos cutistas acreditam que a intenção do governo é positiva, porém precisa incluir contrapartidas das empresas do setor automotivo na defesa de empregos e apresentar planos de curto, médio e longo prazos para uma política de mobilidade que inclua ônibus, caminhões e outros modais de transporte. Outro ponto importante é a defesa da produção de conteúdo local e da fabricação de veículos que emitam menos carbono e sejam eficientes energeticamente.
Segundo a matéria do Valor Econômico, de janeiro a abril a produção de caminhões caiu 28,6% na comparação com o mesmo período de 2022. No caso dos ônibus, a retração foi de 23%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Essa queda era esperada em razão do aumento de preços, em torno de 25%, em decorrência da nova legislação de emissão de poluentes, conhecida por Euro 6, em vigor desde janeiro. Houve antecipação de compras pelos frotistas, no ano passado, para fugir do aumento. Mas a retração da demanda superou as expectativas.
“Reforçamos na reunião as propostas que entregamos ao presidente Lula no início do mês. Além de promover o lançamento imediato de modelos populares de carros, destacamos medidas para caminhões e ônibus que podem reaquecer a economia”, disse Moisés Selerges, que participou da reunião em que o governo anunciou o programa do carro popular.
No caso dos ônibus, o sindicalista sugere a ampliação do Caminho da Escola, programa governamental que, por meio de recursos do Ministério de Educação e Cultura, promove a compra, pelos municípios, de um tipo de ônibus especial para transportar crianças para a escola em áreas rurais.