Escrito por: Redação CNM/CUT
Secretária de Igualdade Racial, Christiane Aparecida dos Santos diz que a classe trabalhadora é diversa e que a representação tem que ser para todas e todos
Após vários debates e encontros, de ouvir a categoria e avaliar os dados da pesquisa do Dieese, que mostra números sobre o emprego metalúrgico sobre o olhar de raça e gênero, a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida dos Santos, em entrevista especial da Campanha de Combate ao Racismo deste mês de novembro, disse que os sindicatos e sindicalistas precisam ser antirracistas e antimachistas na vida e no trabalho.
Segundo ela, sem os sindicatos as mulheres e homens negros continuarão vulneráveis perante a sociedade.
“O papel do sindicato é central. Os sindicatos são instrumentos institucionalmente reconhecidos que tem a tarefa de organizar coletivamente a classe trabalhadora, representando nossos interesses no embate entre o capital e o trabalho. A classe trabalhadora é diversa, composta de negros e negras, mulheres, LGBTQIA+, no entanto, essas diferenças historicamente e estruturalmente servem ao capitalismo como tecnologias produtoras de desigualdades”, afirmou.
A secretária disse que ver os dados e as análises do estudo do Dieese sobre o emprego metalúrgico, com um olhar especial no ponto de vista de raça e gênero, são essenciais para contribuir com a construção de políticas públicas e ações sindicais.
Oscar Jupiraci/ Câmara Municipal de SBC
Segundo ela, em um momento onde estamos vivendo, por parte deste governo fascista, com apagões de dados, com a intenção de deturpar a verdade e legitimar a destruição de políticas que enfrentam desigualdades, é valoroso que o movimento sindical financie e tenha a parceria do Dieese para produzir conteúdo como o deste estudo.
“É tarefa dos metalúrgicos e das metalúrgicas da CUT acessar esse estudo, refletir sobre os dados com as suas direções e, essencialmente, a partir do diagnóstico que evidencia o impacto do racismo no nosso ramo, promover ações concretas que busquem modificar essa realidade e combater o racismo de fato, no trabalho e na vida”, destaca Christiane.
Negociação Coletiva e o combate ao racismo
Chris disse que a ausência de um estado comprometido com a distribuição de renda, com o combate ao racismo e ao machismo, mantém abismos sociais e econômicos entre homens e mulheres, brancos, brancas e negros e negras, essa realidade faz com que o papel do movimento sindical nas mesas de negociação seja ainda mais necessário.
“As negociações coletivas, apesar nos ataques sofridos a partir da Reforma Trabalhista, têm força de obrigação e de execução. O movimento sindical tem um poder que define regras de relações e é preciso que mulheres, negros e negras, jovens, pessoas LGBTQIA+ e com deficiência se vejam nas pautas e nas cláusulas. Mais do que isso, se vejam como agentes por promoção de igualdade e combate às discriminações no mundo do trabalho”, destacou a secretária.