Enel Ceará: CNM/CUT se solidariza com demitidos e denuncia ataque à liberdade sindical
Publicado: 25 Outubro, 2024 - 00h00 | Última modificação: 25 Outubro, 2024 - 19h18
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) se solidariza com os sindicalistas perseguidos e demitidos pela Enel Ceará nos últimos três meses. Já não bastasse o péssimo serviço que a empresa privada de energia elétrica fornece no Ceará, em São Paulo e em outros estados, causando transtornos a população e sendo alvo de investigação federal e estadual nos locais onde está instalada, agora a Enel resolveu acrescentar ao seu currículo casos de perseguição e assédio moral com representantes de trabalhadores.
Segundo nota de repúdio emitida pelo Sindicato dos Eletricitários do Ceará (Sindeletro) no dia 25 de outubro, em menos de três meses já foram três demissões de membros do Sindeletro, sindicato dos trabalhadores que representam a categoria. O último caso foi de Céscio Lessa Fernandes, conselheiro fiscal do sindicato, demitido em outubro sem justa causa.
A nota segue denunciando que assim como fez nos demais casos, o Sindeletro tentou diversas vezes reverter a situação, mas a empresa manteve a decisão, alegando “baixo rendimento” do trabalhador – quando, na verdade, Céscio já vinha sofrendo perseguição: ele estava isolado no seu setor, sendo delegado para poucos serviços a ponto de ter que “pedir para trabalhar”. Indícios apurados pelo Sindeletro apontam que outros dirigentes sindicais estavam na mira das demissões, mas os desligamentos só não ocorreram devido à intervenção do sindicato junto à empresa.
Por fim, o Sindeletro recorda que há poucos meses, a Enel Ceará ganhou destaque na grande mídia cearense por anunciar novos investimentos e contratações para reforçar o atendimento à população. Mas fora da mídia, a realidade é outra: na contramão do que foi divulgado pela atual gestão, a Enel Ceará demitiu 75 trabalhadores de 2023 até o momento – sem contar os pedidos de demissão que já totalizaram 160. Muitas dessas demissões foram feitas sem qualquer justificativa e, inclusive, de trabalhadores recém-contratados pelo projeto de internalização de terceirizados.
Os Metalúrgicos da CUT repudiam qualquer prática que desrespeite a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata sobre o respeito à liberdade sindical e da qual a Enel é signatária. Atacar a liberdade sindical é atacar toda a classe trabalhadora, não importando o ramo de atuação.
Já não basta o trabalhador e a trabalhadora que sofrem em casa sem energia elétrica durante qualquer chuva com vento, sofrendo os graves problemas da privatização de serviços públicos essenciais representados na incompetência de empresas como a Enel em fornecer esse tipo de serviço, agora a empresa resolve “apagar” a liberdade sindical em seu chão de fábrica.
Nos solidarizamos com os companheiros cearenses, reforçando que a classe trabalhadora nunca estará na escuridão enquanto estiver unida.Juntos somos mais fortes!
Direção Executiva
CNM/CUT