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Romi e Starret avançam no concorrido mercado nacional

Publicado: 25 Maio, 2011 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Depois de um período crítico para o segmento de máquinas-ferramenta gerado pela crise econômica mundial entre 2008 e 2009, a Romi, líder brasileira da produção de máquinas-ferramenta, pretende retomar os patamares de faturamento pré-crise e superar em 10% a 20% o valor do lucro líquido registrado no ano passado, montante equivalente a R$ 191,2 milhões.

De acordo com o diretor de Comercialização de Máquinas da Romi, Hermes Alberto Lago, 98% dos equipamentos vendidos pela empresa são disponibilizados no mercado, ou seja, não são feitos sob encomenda. "A projeção positiva é reflexo da demanda interna das indústrias que vem consumindo máquinas em função do aquecimento e crescimento da economia."

A confirmação vem do fato de que os clientes compram os produtos feitos diretamente para o mercado, segundo o diretor. "É difícil trabalharmos com pedidos", afirmou ele. No setor de máquinas-ferramenta, a Romi detém 38% de participação no mercado nacional.

Há outra circunstância que colaborou com o bom momento. Enquanto a crise durou, o consumo de máquinas do ramo chegou a recuar 60% no mundo em média, gerando um amplo estoque.

Para o executivo, o segmento serve de termômetro da indústria de máquinas e equipamentos. "Bens de capital são os primeiros a parar de serem fabricados quando o mercado fica sensível e os últimos a retomarem a produção", analisa Lago.

Contudo, o impacto da retração econômica não atingiu o Brasil com a mesma força, habilitando as companhias locais a continuarem adquirindo ao invés de se recuperarem evitando gastos.

Ainda assim, a estabilidade nacional trouxe o problema da entrada de produtos importados, o que intensificou a concorrência. "Para manter nosso market share e combater as rivais temos que nos manter atualizados porque o câmbio favorece o que vem de fora", disse ele.

Atualmente, a maior ameaça da companhia são as empresas que atuam na Europa e na Ásia, principalmente as coreanas, as japonesas e as taiwanesas. O diretor vê como maiores desafios superar o preço agressivamente mais barato e a boa qualidade dos concorrentes. A saída é investir no valor agregado dos produtos. "Ninguém que comprar um bem de capital só pela vantagem econômica, por isso apostamos na qualidade para ganhar mercado", conclui.

Os produtos e serviços da companhia estão presentes em todos os continentes e são utilizados pelas indústrias automobilística, de bens de consumo em geral, de máquinas e equipamentos industriais e de máquinas e implementos agrícolas

Os mesmos fatores também influenciam positivamente o faturamento de outra empresa do setor, a Starret. A companhia fechou o primeiro quadrimestre de 2011 com faturamento 20% superior ao mesmo período do ano passado e pretende fechar o ano com a mesma média. "Mesmo com o risco da desindustrialização batendo a nossa porta, investimos no nosso portfólio para atender as indústrias, os atacados e o varejo", informou o gerente nacional de vendas, Saulo Silas Jr.

A estratégia para ficar acima dos concorrentes internacionais é também aprimorar a qualidade do produto. "Nos precavemos aumentando a eficiência de atendimento ao distribuidor, buscando fidelização da clientela."

Mesmo diante do cenário otimista que impulsiona as vendas de máquinas-ferramenta no Brasil. Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) aponta que o País ainda está longe do ideal de consumo.

O Brasil fechou o ano de 2010 em vigésima colocação no rank- ing de consumidores de máquinas-ferramenta, com consumo per capita de US$ 9,63. A previsão para 2011 é de que permaneça na mesma posição, mas eleve o consumo entre 8% e 12%. A China gasta hoje US$ 20 per capita.

"Apesar de vivermos um momento satisfatório, resultado de uma série de investimentos em infraestrutura, energia e automobilístico, o País utiliza pouco os recursos das máquinas-ferramenta", disse o presidente da câmara setorial de máquinas-ferramenta e sistemas integrados de manufatura, André Luis Romi.

O estudo calcula que o razoável seria atingir os US$ 2.8 bilhões de consumo ou US$ 15 dólares per capita até 2016, o que colocaria o Brasil em 14º lugar, ocupado hoje pela Dinamarca. Ao todo, 80% do consumo de máquinas-ferramenta estão no sul e no sudeste. Nas mesmas regiões, a concentração da produção é de 95% do total.

O presidente adverte que a entrada de capital no setor não tem de partir somente do consumo. Conforme avalia, "a médio e longo prazo, os fabricantes terão que investir mais para fazer face ao mercado que tem influência externa muito grande".

Atualmente, no que se refere a níveis de produção, o Brasil ocupa a décima colocação. Tendo produzido o equivalente a US$ 19.980 milhões em 2010. Fica atrás da China, em primeiro lugar, seguida do Japão e da Alemanha.

Fonte: DCI