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5ª Conferência Expressões da Globalização tem início nesta quarta-feira (12)

Programa de intercâmbio que reúne metalúrgicos da Alemanha e América Latina acontece em Guarulhos (SP).

Publicado: 12 Dezembro, 2018 - 00h00

Escrito por: CNM CUT

Crédito: Adonis Guerra
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Começou nesta quarta-feira (12), a 5ª Conferência Expressões da Globalização.  O evento, que acontece em Guarulhos (SP), reúne metalúrgicos da Alemanha, Brasil, Argentina, México e Uruguai.

A Conferência, que tem como tema “O futuro do trabalho e da Organização dos Trabalhadores na Geopolítica Mundial”,  é uma realização da Fundação Hans Böckler (FHB), organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Instituto Integrar e o IG Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha).

O primeiro painel da Conferência sobre Conjuntura Política, Econômica e Sindical: Brasil e Alemanha foi mediado pelo secretário geral da CNM/CUT, Loricardo Oliveira. A professora Tatiana Berringer da Universidade Federal do ABC (UFABC) abriu o debate do painel analisando a inserção internacional do Brasil. “A política externa brasileira começa a ter um papel muito importante nos governos do Partido dos Trabalhadores com um regionalismo multidimensional, pautado não apenas na questão econômica, mas em aspectos sociais. Foi a primeira vez que uma política internacional não é pensada tendo Estados Unidos como a principal liderança”, afirmou.  “Porém, recentemente, retomamos uma agenda de integração regional pautada apenas por questões econômicas e pensando na economia nacional de forma subordinada”, completou. 

O Secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa, afirmou que o maior desafio é disputar o novo modelo de trabalho na 4ª revolução industrial. “Não podemos ser contra a evolução tecnológica, mas precisamos demandar os benefícios desta tecnologia em prol de toda a população e pensando no meio ambiente. Quem se apodera das novas tecnologias é o sistema neoliberal, caracterizado por ter menos empresas, mas que concentra riqueza e aumenta a desigualdade social”, explicou.

Crédito: Adonis Guerra
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Da esq. para direita: Niehaus, Lisboa, Oliveira e Tatiana  

De acordo com Moritz Niehaus, do Departamento do Futuro do Trabalho do IG Metall, embora a economia alemã esteja em alta, partidos de extrema direita também estão ganhando espaço na política do país germânico. “Há três anos temos um partido Alternativa para a Alemanha (AfD) que utilizam as redes sociais para espalhar notícias falsas. A sua força aumentou com a onda de imigração e a precarização do trabalho. E isso nos preocupa porque é um partido contra mulheres e direito das minorias, racista, hostis com sindicatos,  neoliberais e tendência autoritárias”, contou. “Mesmo diante destes desafios políticos, a indústria está em alta, temos um bom aproveitamento da capacidade instalada, pedidos nas empresas aumentando, exportação e emprego estão em alta. O crescimento está ascendente”, completou. 

Abertura
O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Vasconcelos, abriu o encontro na manhã de hoje destacando a importância da solidariedade internacional para fortalecer a luta dos trabalhadores no mundo. “Os parceiros internacionais são fundamentais para todas entidades que lutam contra o retrocesso de direitos. A internacionalização da causa é uma maneira de barrar os ataques contras as organizações sociais e sindicais.”
 

Crédito: Adonis Guerra
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Mesa de abertura da Conferência 

O presidente do Instituto Integrar, Edson Rocha, falou da atual situação política brasileira e denunciou a retirada de direitos da classe trabalhadora brasileira após o impeachment da presidenta eleita democraticamente Dilma Rousseff. “Aprovaram pautas que acabam com direitos conquistados através de muita luta. Tentaram aprovar a Reforma da Previdência que acaba com a aposentadoria dos brasileiros, mas com muita luta dos trabalhadores e trabalhadoras não conseguiram”, afirmou. 

“O fascismo está chegando ao poder. Pautas nefastas para a classe trabalhadora e para as minorias brasileiras estão prestes a se tornar realidade. Por isso, é de extrema importância a unidade na América Latina contra este movimento. A nossa união será condição da nossa existência”, completou Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT.

Em sua intervenção, Manuela Maschke, do Departamento do Trabalho e cogestão da Fundação Hans Böckler (FHB), apresentou brevemente a Fundação e sua importância para o movimento sindical brasileiro e alemão.  “Os projetos da FHB são financiados através da cogestão, que prevê a participação dos trabalhadores em conselhos administrativos nas empresas. Esta participação nos conselhos é remunerada anualmente e assim é possível realizar estudos, projetos e bolsas de pesquisa”, esclareceu.

Já Angélica Jiménez Romo, do Departamento Internacional do IG Metall, relembrou das edições anteriores. “Começamos com o conhecimento mútuo de como funciona as estruturas sindicais do Brasil e Alemanha. Passamos pelo debate da crise mundial de 2008, buscando respostas e soluções para os dos países. E esta conferência aborda um dos maiores desafios para a classe trabalhadora: a quarta revolução industrial que digitaliza todo o processo de trabalho”, relembrou.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT)