Americana GSI faz oferta de compra da Kepler
Publicado: 25 Maio, 2007 - 08h00
Escrito por: CNM CUT
Maior fabricante mundial de silos e equipamentos para armazenagem de grãos, a GSI, sediada em Illinois (EUA), fez uma oferta para adquirir o controle da gaúcha Kepler Weber, que negocia o alongamento de uma dívida vencida de R$ 300 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos privados. A proposta foi apresentada no fim do ano passado pela subsidiária da empresa americana no Brasil, a Agromarau, de Marau (RS), à consultoria Angra Partners, contratada para fazer a reestruturação financeira da Kepler.
'A melhor forma de assumir a liderança é adquirir a líder', disse ontem o presidente da GSI-Agromarau, Ingo Erhardt. De acordo com ele, o grupo quer assumir a ponta do mercado da América do Sul e o processo de consulta sobre o interesse na compra da Kepler foi aberto pela Angra Partners. O Valor procurou a consultoria mas o responsável pelo projeto não estava disponível. A Kepler também não quis comentar o assunto.
A Kepler chegou a deter 60% do mercado brasileiro. Após dois anos de prejuízos e queda nas vendas em função das dificuldades enfrentadas pelo agronegócio, não conseguiu honrar compromissos financeiros, ficou sem capital de giro para manter os níveis de produção e viu a participação no mercado encolher para cerca de 20%. Em 2006, a empresa apurou prejuízo de R$ 249,9 milhões e fechou o exercício com patrimônio líquido negativo de R$ 177,5 milhões.
No início de maio a Kepler esperava concluir neste mês a negociação com os credores e também acertar um aporte de capital de giro pelos controladores, os fundos de pensão Previ, Aerus e Serpros e o BB Banco de Investimentos. Conforme Erhardt, a GSI-Agromarau poderá assumir a dívida se a empresa demonstrar capacidade de, sob nova gestão, gerar caixa suficiente para cobrir o passivo.
Se a oferta da empresa americana não for aceita, em 30 dias ela define onde irá instalar uma nova unidade para concentrar a produção de silos e equipamentos de armazenagem. Orçada em R$ 20 milhões, a nova unidade poderá ficar na região Sul ou no Centro-Oeste e vai aumentar a capacidade de produção de cerca de 800 para mais de 4 mil toneladas por mês de processamento de aço. A expansão garantiria um crescimento orgânico da participação da empresa no mercado brasileiro de 5% para 30%, calcula Erhardt.
A previsão é que a nova unidade entre em operação no início de 2008, liberando a fábrica de Marau para a aumentar produção de equipamentos para confinamento de suínos e aves. A expansão também deve ampliar as exportações totais de 15% para 20% da produção e elevar a participação da subsidiária brasileira no faturamento mundial da GSI de 10% para cerca de 30%. O grupo tem fábricas e centros de distribuição nos Estados Unidos, México, Brasil, Holanda, África do Sul, China e Malásia.
Fonte: Valor