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Após cinco dias de paralisação e ida à justiça, encerra greve na Fagor em Extrema

União dos trabalhadores foi essencial para forçar empresa na cidade mineira a aceitar proposta definida em audiência de mediação na sexta-feira (17). CNM/CUT levou apoio à paralisação durante assembleia

Publicado: 20 Outubro, 2025 - 17h34 | Última modificação: 20 Outubro, 2025 - 17h42

Escrito por: Redação CNM/CUT

Divulgação
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Trabalhadores dos turnos B e C aprovam proposta construída na Mediação do TRT, na sexta-feira (17)

A greve na Fagor, em Extrema (MG), chegou ao fim na última sexta-feira (17) depois de cinco dias seguidos de paralisação. A proposta aprovada pelos trabalhadores em assembleias realizadas durante os turnos de trabalho na sexta-feira e no sábado traz aumento salarial de 7,2%, além de benefícios no vale alimentação, melhorias no bônus de presenteísmo, entre outras conquistas.

Além da pressão dos trabalhadores e trabalhadoras na greve, foi preciso levar a negociação do acordo para mediação na justiça do trabalho para que os patrões finalmente saíssem da postura intransigente.

Segundo Sindicato dos Metalúrgicos de Extrema, no dia 2 de outubro, após uma mobilização dos trabalhadores na porta da fábrica, a entidade foi acionada e, junto a uma comissão de negociação, se reuniu com a direção da empresa e apresentou uma primeira proposta formal de pauta a ser negociada.

Após reunião no dia 3 de outubro sem resultados concretos, os trabalhadores decidiram aguardar até o dia 13, quando a empresa apresentou uma proposta que não atendeu às expectativas. Diante disso, a categoria deliberou pela deflagração da greve.

“A organização dos trabalhadores demonstrou para a empresa as ameaças que a gente viveu nesses cinco dias, vindas por e-mails e mensagens, que quando o trabalhador quer, ele se mobiliza e ele conquista”, destacou a presidente do Sindicato, Alexandra Amaral.

Segundo a dirigente, ainda haverão novos encontros no Tribunal Regional do Trabalho para a construção das cláusulas do acordo, além de buscar abonar os dias parados dos trabalhadores. “Vamos negociar isso durante a semana e definir até sexta-feira”.

Confederação apoiou movimento

A CNM/CUT levou apoio ao movimento grevista e esteve presente na assembleia realizada na manhã da última sexta-feira, na porta da fábrica. Em sua fala, o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, disse que a luta dos metalúrgicos na Fagor pode servir de exemplo para a negociação da campanha salarial da categoria em Minas Gerais, que está em andamento e conta com resistência dos patrões na hora de atender a pauta da categoria.

“Nós neste país estamos melhorando de vida, pois a indústria cresce. E esses empresários estão ganhando muito dinheiro, enriquecendo cada vez mais. Aqui mesmo na Fagor fiquei sabendo que a montadora Toyota está trazendo maquinário para fabricar peças aqui. Isso vai trazer mais empregos, mais produção. E cadê o salário? Cadê o ‘faz-me-rir’?”, disse Loricardo.

O presidente da Federação dos Metalúrgicos da CUT-MG, Marco Antônio de Jesus, também enfatizou a importância da conquista em Extrema para pressionar os patrões nas negociações da campanha salarial do estado.

“Essa luta em Extrema é um grande exemplo para nós trabalhadores em Extrema, pois estamos nas negociações da campanha salarial enfrentando a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) que nos apresentou proposta de 5% de aumento e parcelado em duas vezes, e temos muita luta para fazer na mesa de negociação”, afirmou Marco Antônio.

O secretário de Política Sindical da CNM/CUT, Mário Henrique Ribeiro Cruz, reforçou o papel da mobilização em Extrema. 

“Vale lembrar que essas conquistas vieram depois de os trabalhadores entenderem que só a união e mobilização conjunta com o sindicato faz suas vozes ganharem força e aumenta o poder de negociação contra o patrão. Este é um instrumento de luta dos trabalhadores para defender e conquistar direitos, como melhores salários e melhores condições de trabalho”, afirmou o sindicalista.

* Com informações da FEM-CUT/MG