Aquecimento do mercado muda perfil de compras de motos
Publicado: 27 Agosto, 2010 - 00h00
Escrito por: CNM CUT
Retomada é a palavra que define 2010 para o mercado de motocicletas. O setor deve alcançar este ano resultados muito satisfatórios com relação ao ano passado, quando também sofreu com a restrição de crédito causada pela crise, o que pode indicar retorno ao nível recorde de 2008. De acordo com Jaime Matsui, presidente da Abraciclo, entidade que reúne as fabricantes no Brasil, a produção deve atingir 1,8 milhão de unidades, volume 19,5% maior do que o registrado em 2009.
"Planejamos crescer gradativamente, mas este ano ainda não atingiremos o patamar de 2008, quando tivemos recorde de produção de 2,1 milhões de motocicletas."
Ele disse que as vendas atingirão o nível de 2008, resultado de um ano que começou com a economia aquecida que refletiu no setor de duas rodas, mesmo com o fim do desconto na Cofins, em março. Entretanto, a volta do crédito, que sustenta os negócios do segmento, somada ao aumento do poder aquisitivo da população, causou mudança no perfil das compras de motocicletas no País.
Matsui observou que o CDC, crédito direto ao consumidor, foi utilizado por 60% dos compradores de motocicletas em 2008. Em 2009 o índice caiu para 50% e deve apresentar em 2010 o mesmo resultado.
"Este ano quem não optou pelo crédito migrou para pagamentos à vista, o que representará 21% das vendas, e consórcios, que deve ter participação de 29%."
Em 2009 as vendas à vista representaram 23% e consórcios 27%.
O mix de produtos não deve sofrer mudanças significativas, mesmo com a entrada de motocicletas de alta cilindrada, consideradas de luxo, como as da BMW, agora produzidas no Polo Industrial de Manaus em parceria com a Dafra. Os números da Abraciclo apontam que atualmente 85% das vendas são de modelos de baixa cilindrada.
Quanto às exportações Matsui afirmou que ainda não houve recuperação total nos principais mercados consumidores de motos brasileiras, Estados Unidos e Europa, e que a questão cambial também é um impasse, com a desvalorização do dólar. As vendas ao Exterior devem fechar o ano com 64 mil unidades, 6,6% a mais do que as do ano passado. E que a tendência de crescimento deve continuar no ano que vem:
"Ainda é prematuro projetar 2011, mas em termos gerais esperamos ficar próximos de 2008 em produção e vendas. Nosso maior desafio será vencer o gargalo da restrição de crédito, que ainda tem liberação comedida por parte dos bancos, incluindo os das fabricantes. Com o crédito mais fácil poderemos ter novo ano de recordes".
Fonte: AutoData