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Atos pelo país unem trabalhadores por direitos e soberania nacional

Redução da jornada de trabalho, fim da escala 6x1, isenção do Imposto de Renda, justiça tributária com taxação das grandes fortunas e reação a taxação de Trump levou povo às ruas em várias cidades

Publicado: 11 Julho, 2025 - 16h10 | Última modificação: 11 Julho, 2025 - 16h20

Escrito por: Redação CNM/CUT*

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Na noite de quinta-feira (10), mais de 15 mil pessoas, segundo aferição do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da Universidade de São Paulo (USP), se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), em apoio às reivindicações das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, da CUT e das demais centrais sindicais.

Com o mote “Centrão, o povo não vai pagar a conta”, em virtude da oposição ao governo Lula no Congresso Nacional estar segurando as propostas do presidente da República em taxar os mais ricos e isentar o Imposto de Renda Pessoa Física para quem tem renda de até R$ 5 mil ao mês. A redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e fim da escala 6X1, que possuem várias proposições em Brasília, também não tem encontrado apoios na Câmara Federal.

O que esquentou mais a mobilização foi o anúncio da taxação de 50% sobre as importações brasileiras feita essa semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que provocou forte reação em defesa da soberania nacional.

“Havia bastante gente com faixas e cartazes pela soberania nacional, então eu vejo que é uma forma de uma demonstração de resistência e soberania da classe trabalhadora nos seus direitos com uma medida irresponsável do governo estadunidense, que prejudica não só a população e os trabalhadores metalúrgicos aqui no Brasil, mas também a classe trabalhadora nos Estados Unidos”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel Vasconcellos, que esteve presente no ato em São Paulo.

Roberto Parizotti / CUT NacionalRoberto Parizotti / CUT Nacional

Efeitos devastadores da taxação

De acordo com o grupo de pesquisa do Nemea-Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais, publicado na coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL, as taxas anunciadas pelos Estados Unidos, que entrarão em vigor em 1º de agosto, gerariam uma queda do PIB brasileiro de -0,16%, equivalente a R$ 19,2 bilhões.

As exportações apresentariam uma redução expressiva de R$ 52 bilhões, enquanto as importações registrariam queda de R$ 33 bilhões. O emprego seria afetado negativamente com diminuição de -0,21%, equivalente a cerca de 110 mil postos de trabalho. Os setores industriais e agropecuários seriam os mais afetados.

“Os Estados Unidos possuem um superávit na balança comercial na relação que tem com o Brasil. Então esse peso também será sentido por eles. O preço dos alimentos e de vários outros itens vão aumentar substancialmente por lá”, pontuou o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT.

O dirigente também destacou a forte defesa no ato da pauta da isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil. “É muito interessante ver a classe trabalhadora unida pela por estas pautas. Teve muita gente com muitas placas com estas reivindicações. Isso demonstra mais uma vez que é necessário aprovar essa reforma tributária no país”, complementou.

Atos em outras cidades

Manifestações semelhantes foram realizadas em outras cidades brasileiras. Em Porto Alegre (RS) a concentração aconteceu na manhã de quinta-feira na Esquina Democrática. O tom do ato foi a defesa da soberania nacional. A mobilização também tratou das pautas do Plebiscito Popular 2025, como a taxação dos super-ricos, justiça social e redução da jornada de trabalho.

No Rio de Janeiro (RJ), centenas de pessoas se reuniram no fim da tarde na Praça XV. Mais uma vez, a tônica foi a defesa da soberania. O protesto também pautou a justiça tributária a partir da taxação dos super-ricos e políticas que reduzam as desigualdades.

Houve ato também em Belo Horizonte (MG), com concentração na Praça Sete de Setembro, com forte presença do movimento sindical e dos trabalhadores e trabalhadoras que cobraram, além do repúdio a taxação de Trump, a defesa da redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6x1, isenção de imposto de renda, taxação de bilionários, e a não privatização da Copasa e Cemig, empresas públicas ameaçadas pelo governador Zema.

* Com informações da CUT Nacional, CUT-RS, Brasil de Fato, TVT, O Tempo e UOL (Jamil Chade)