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Brasil tem potencial para retomada da indústria, avalia presidente da FEM-CUT/SP

Com diversos desafios, a reindustrialização está na mira do novo governo. O novo ministro do MDIC, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ressaltou que com Lula vai retomar o desenvolvimento com a Indústria

Publicado: 11 Janeiro, 2023 - 11h39 | Última modificação: 11 Janeiro, 2023 - 11h49

Escrito por: Redação CNM/CUT

Adonis Guerra/ SMABC
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Uma política nacional de reindustrialização bem construída, aliada ao interesse do capital, deve levar a um novo impulso da nossa indústria. Porém, é preciso cuidado para que esta retomada da indústria seja orientada pela geração de empregos de base nacional, principalmente que agreguem mais valor à produção industrial.

A avaliação é do presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP), Erick Pereira da Silva, ao falar sobre as expectativas em relação à Indústria no Brasil depois de anos em decadência.

De 2013 a 2019, a indústria brasileira perdeu 28.700 empresas e 1,4 milhão de postos de trabalho. Os dados, divulgados em 2021, são da última Pesquisa Industrial Anual (PIA), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Grandes empresas multinacionais, como a Ford, Mercedes-Benz, Sony e Toyota, fecharam plantas pelo país nos últimos anos, deixando milhares de trabalhadores desempregados. 

Os efeitos perversos desse processo são sentidos em todos os setores da economia, já que os salários da indústria, geralmente mais elevados que os de outros segmentos, ajudam a impulsionar a economia. Segundo a PIA, a média salarial na indústria extrativa caiu de 5,9 salários mínimos em 2013 para 4,6 salários mínimos em 2019. A indústria de transformação sofreu redução salarial de 3,3 salários em 2013 para 3,1 em 2019.

Novo governo

Esse é o tamanho do desafio, que o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB-SP), enfrentará nos próximos quatro anos. O também vice-presidente da República tomou posse no ministério na última quarta-feira (4), prometendo foco na retomada da indústria nacional.

A pasta havia sido extinta no início da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), passando ao status de Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, vinculada ao Ministério da Economia. Alckmin, agora, ficará responsável pela articulação do governo federal com o setor produtivo e pela formulação de políticas de desenvolvimento econômico. 

O vice-presidente não poupou críticas à gestão anterior e disse que depois de quatro anos de descaso, de má gestão pública e de desalinho com os reais problemas brasileiros, o presidente Lula, com acerto, determinou a recriação do MDIC como uma medida fundamental para o Brasil retomar o caminho do desenvolvimento como já ocorreu em seus governos bem sucedido.

"A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável e sob o prisma da justiça social. A indústria brasileira precisa urgentemente retomar seu protagonismo expandido a participação no PIB. As graves mudanças climáticas, o pós-covid e a guerra na Europa indicam a premência de uma política de reindustrialização consensuada com o setor produtivo, a academia, a sociedade e a comunidade internacional", declarou.

Protagonismo global

Alckmin também defendeu que o país tem potencial para ser o “grande protagonista do processo de descarbonização da economia global” e poderá integrar as cadeias globais de valor com investimentos em inovação e novas tecnologias.

“O Brasil não pode prescindir da indústria se tiver ambições de alavancar o crescimento econômico e se desenvolver socialmente. Ou o país retoma a agenda do desenvolvimento industrial, ou não recupera o caminho de crescimento sustentável, gerador de emprego”, afirmou.

Erick acredita que o Brasil tem um grande potencial para entrar em uma nova fase de industrialização, já que é um dos poucos países que produz e desenvolve automóveis no mundo, mantendo centros de produção, além de produzir e desenvolver aeronaves, satélites, e possuir outros campos de pesquisa e desenvolvimento estabelecidos. 

“Temos agora um novo campo que é a energia, onde o Brasil tem um potencial de produção de energia limpa enorme, etanol e hidrogênio, e pode ganhar destaque global nesta área”, afirma o sindicalista.