Caminhões: Norma ambiental Euro 4 sai ou não sai no Brasil?
Publicado: 28 Maio, 2007 - 08h00
Escrito por: CNM CUT
A corrida para que cheguem ao mercado em 2009 caminhões equipados com motores que atendam à exigência do P6 do Proconve, equivalente à Euro 4, está parecendo mais uma prova de marcha olímpica.
O que é Euro 4? - A norma Euro 4 impõe limites mais reduzidos e exigentes de emissões de gases de escape para a atmosfera. O cumprimento destes requisitos implica o desenvolvimento de novos motores e novas formulações de lubrificantes de elevada performance e amigos do ambiente.
Ninguém na indústria automotiva está parado, mas parece que mais caminha do que corre. Isso acontece porque a Petrobras, o juiz dessa hipotética corrida, aparentemente terá dificuldades em garantir oferta de diesel 50 PPM, partes por milhão, de enxofre em todas as bombas do País.
Uréia - Também existe o problema da oferta da uréia, material essencial para que o conjunto catalítico atue com eficiência na redução significativa das emissões no sistema SCR, uma das opções tecnológicas para chegar à Euro 4. Mais uma vez a Petrobras não aponta com clareza como funcionará esse mercado - mas garante que dele pretende participar.
Todos os personagens envolvidos no processo - fabricantes de motores, turbocompressores, catalisadores, combustíveis e as montadoras - têm dúvidas se, de fato, a P6 estará plenamente em vigor em 2009. Vale lembrar que para isso os primeiros modelos deveriam ser lançados em 2008, ano que vem. E assim surge aos poucos a idéia, que ganha cada vez mais força, de que a exigência de caminhões e ônibus menos poluentes, capazes de emitir baixíssimos índices de NOx, seja aplicada de forma gradual.
No início estariam disponíveis poucas bombas com o diesel 50 ppm em pontos estratégicos, como as regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, a preço acima do praticado para o diesel tradicional. Com o aumento da capacidade das refinarias da Petrobras, que precisariam de polpudos investimentos para atender à demanda, o combustível seria ofertado em outras praças, até cobrir todo o País.
Mas o diesel metropolitano e do Interior, com respectivos 500 e 2 mil ppm, continuariam a ser vendidos. O que faz surgir nova dúvida: quem garante que o motorista estará disposto a usar um combustível mais caro?
No bojo dessas, outras possibilidades ganham fôlego. Uma delas é pular a P6 e sair direto para a P7, ou Euro 5, em 2011.
Christopher Podgorski, diretor-geral de vendas e serviços da Scania, por exemplo, defende que atualmente 'mais da metade da frota circulante ainda é Euro zero. Antes de dar grandes saltos precisamos criar mecanismos que garantam acesso de todos os usuários às tecnologias já disponíveis, como os motores eletrônicos'.
Fonte: Autodata